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sábado, maio 18, 2024

Cientistas da China confirmam primeiro caso de reinfecção por covid-19

Um estudo publicado no jornal científico Clinical Infectious Diseases nesta segunda-feira, 24, mostrou o primeiro caso de reinfecção pelo novo coronavírus confirmado no mundo em Hong Kong, na China. Segundo os pesquisadores, os resultados mostram que “a covid-19 pode persistir em humanos”.
O caso foi observado em um homem de 33 anos que teve a segunda infecção pelo vírus confirmada em um aeroporto ao voltar para Hong Kong de uma viagem à Europa.

Para chegar a conclusão de que ele havia sido infectado duas vezes por duas cepas diferentes do SARS-CoV-2, os pesquisadores da Universidade de Hong Kong usaram a sequência genômica. O paciente, em sua segunda contaminação, não apresentou nenhum sintoma, o que pode identificar, para os cientistas, que as reinfecções podem ser mais leves.

Em uma transmissão ao vivo no YouTube o professor John Bell, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, afirmou que pessoas que pegaram a covid-19 em março já podem estar suscetíveis a reinfecções. Segundo Bell os anticorpos da covid-19 podem se esgotar entre 10% e 30% a cada mês e eles “desaparecem rapidamente”.

Recentemente um estudo feito pela King’s College de Londres com cerca de 90 pessoas apontou que os anticorpos desapareciam com o tempo, atingindo um ápice três semanas após os primeiros sintomas e abaixando rapidamente depois disso.

O paciente de Hong Kong, por exemplo, foi infectado novamente cerca de 4,5 meses depois do primeiro quadro.

O vírus que adia eleições: depois de Bolívia e Brasil, Hong Kong
Anthony Kwan/Getty Images

No começo deste mês, a Universidade de São Paulo (USP) apontou o primeiro caso de reinfecção por covid-19 no Brasil, quando uma técnica de enfermagem de 24 anos teve dois testes positivos para a doença em um intervalo de 50 dias. As reinfecções são raras e não se sabe ao certo quantos casos do tipo existem no mundo.Veja também

O que se sabe com certeza é que em outros casos de doenças respiratórias causadas por um coronavírus (como o SARS e a MERS) uma imunidade de cerca de dois anos foi criada. Em outras variações do vírus (como a OC43 e a HKU1), as pessoas ficaram imunes por um período determinado de tempo.

Em todos os casos, no entanto, a imunidade só dura até que surja uma nova cepa do vírus, uma vez que a mutação é inerente a ele. É o que nos faz pegar gripe mais de uma vez, por exemplo.

Em entrevista à agência de notícias Reuters, Dr. Kai-Wang To, um dos autores do estudo, afirmou que “a descoberta não significa que as vacinas não serão úteis”. “A imunidade induzida por uma vacina pode ser diferente daquela induzida pela infecção natural. Vamos ter de esperar os resultados dos testes das vacinas para ver o quão efetiva elas são”, disse ele.

Fonte: Exame.

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