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sexta-feira, abril 26, 2024

Secretário admite fim às regalias na PCE e que operação continua, mas desmente torturas

Por Rafael Medeiros

Chega nesta quinta-feira (15) o quarto dia da operação Agente Elison Douglas, na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá. Mas com o aumento dos boatos disseminados nas redes sociais de um possivel ‘Salve’ do Comando Vermelho, o secretário de Estado de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, foi obrigado a chamar uma coletiva de imprensa como forma de desmentir os boatos, chamando as ameaças nas redes, como fakes news.

Bustamante assegurou que não há motivos para preocupação e, que inclusive, os reeducando estariam muitos tranquilos. ‘A maioria está gostando da faxina’, ainda disse, ao acalmar os ânimos e tranquilizar a população.

A PCE conta com 2.400 presos e 600 recebem visitas frequentes

“A maioria está gostando do que está sendo feito. É certo que muitos estão achando ruim, porque estamos tirando algumas regalias, ou seja, tirando-os da zona de conforto. E se depender da segurança pública as regalias não voltam mais”, destacou Alexandre Bustamante.

O gestor, entretanto, não divulgou balanço, nem mesmo parcial, da operação.

De acordo com Secretaria de Segurança Pública (Sesp), a unidade passa pela maior faxina já vista desde a sua criação, onde celas, blocos e alas estão sendo higienizadas, restauradas e reorganizadas.

Levantado pela reportagem, quatro cubículos foram revistados e muitos materiais retirados como ventiladores, sanduicheiras, micro-ondas, vasilhas de plástico e roupas.

As obras nas celas têm a missão de retirada total de tomadas de energia elétrica das celas. “Estamos tirando todos os materiais de dentro das celas, reorganizando, pintando, tirando tomadas internas e melhorando a qualidade de ventilação”, comenta o secretário.

Visitas

O Sindspen reforça que a operação vai durar 30 dias, prazo tanto para a limpeza quanto para a execução de uma reforma interna nos raios. Nesse período, não haverá visitas.

“As visitas estão suspensas de forma temporária, que as famílias entendam isso. As visitas geram uma movimentação de 600 pessoas em média. Para cada reeducando colocamos profissionais de escolas, então imagina isso durante o período da reforma, não conseguiríamos fazer o necessário”.

Movimento

Na tarde desta última quarta-feira (14), familiares de reeducandos estiveram no Fórum de Cuiabá, carregando cartazes e pedindo o fim da tortura e opressão aos presos da PCE. As mulheres pediam para “saber se os maridos e filhos estariam bem”.

Mas vários outros relatos superlotaram as redes sociais sobre a falta de energia e de água na penitenciária. E ainda que os presos estariam dormindo no chão, sem cobertores. E, pior, que os detentos adoentados estariam há três meses sem medicação.

“Água suja, arrancaram todos os fios e a comida está daquele jeito. Interrogaram todos os presos, colocaram na quadra, não deixam ninguém falar”, narrou uma esposa de detento nas redes sociais.

A Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim) reclama sobre a falta de acesso aos reeducandos desde o início da operação.

Durante as reuniões desta quarta, os profissionais cobraram a divulgação de boletins diários com informações sobre as ações que foram tomadas.

O secretário desmentiu todas as acusações. “É uma grande falácia, vou deixar bem claro”, pontuou Alexandre.

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