Organização comportamental e ambiental são peças chaves para um bom desempenho profissional – o que diretamente reflete em toda a vida social de um trabalhador. Com essa premissa, o programa 10S surge como uma iniciativa inovadora, que passará a ser aplicada efetivamente na Secretaria Municipal de Assistência Social e Desenvolvimento Humano. Iniciado com uma palestra, ministrada nesta quinta-feira (01), os servidores da pasta aprenderam os valiosos conceitos da técnica de origem japonesa, que foi adaptada para o mercado de trabalho brasileiro.
Ousada, a ferramenta redefinirá a forma como os profissionais conduzem suas atividades no dia-a-dia, estando eles na sede da secretaria ou dispersos nos outros polos de atendimentos da Assistência. Para o titular da pasta, Wilton Coelho, é uma nova metodologia que imprime qualidade de vida tanto no ambiente institucional, como no social.
“Nós estamos em constante contato com a população cuiabana, principalmente aquela que se encontra em algum espectro de fragilidade, seja econômico ou social. Por lidarmos com as mais diversas realidades, é fundamental que o servidor da Assistência Social tenha um tato especial, uma sutileza e um ordenamento no trato de suas funções. E este programa vem ao encontro do desejo do prefeito Emanuel Pinheiro em investir no servidor, permitindo que ele gere um impacto significativo na vida do cidadão. Voltado para todas as áreas profissionais, o 10S vai nos ajudar a ter maior determinação, organização e produtividade no nosso ambiente de trabalho, gerando resultados cirúrgicos, tamanha sua precisão. Seus reflexos vão ainda mais além, percorrendo todas as áreas da nossa vida. Essa sistematização interna nos permitirá atender com mais qualidade, à medida que nos molda como pessoas melhores, que entendem as dificuldades alheias e busca somar com sua expertise, permitindo que o espírito de equipe seja uma verdade vigente entre todos – sem qualquer competitividade desnecessária”, afirmou.
Com uma origem que atravessa as décadas de 50 e 60, chegando ao período contemporâneo, o programa nativo se intitula 5S, oriundo do Japão pós Segunda Guerra Mundial, época em que o país buscava se reestruturar mediante o fim dos conflitos bélicos. Prezando pela aceleração do desenvolvimento industrial, o programa foi gerado com a proposição de cinco iniciais de palavras japonesas. Os famosos “s” correspondem à Seiri (Utilização), Seiton (arrumação), Seiso (limpeza), Shitsuke (Disciplina) e Seiketsu (saúde e higiene). Adaptados à realidade brasileira, ele se estendeu para mais cinco aspectos cruciais, que unem a preocupação com o tratamento físico do ambiente de trabalho aos atributos comportamentais de seus profissionais.
Em suas raízes, a “Filosofia 5S”, também chamada de “5 Sensos”, foi baseada nos princípios do Bushido, um código de princípios morais utilizado pelos antigos samurais, que pouco a pouco foram passados de geração para geração e incorporados à cultura japonesa e que se resume em disciplina, harmonia e cooperação. Segundo Elizete Olímpia Caló, coordenadora Regional da Qualidade do Sesi-MT, o programa desenvolve uma nova cultura entre os profissionais, permitindo que eles otimizem suas funções profissionais e aprimorem sua vida particular com a organização nascida destes 10 conceitos práticos.
“Esta foi uma das iniciativas que o Japão aplicou a fim de progredir em meio ao caos do fim da Segunda Guerra Mundial. Além de ter sido um marco, o programa foi divisor de águas no modelo institucional adotado pela nação, na condução de suas atividades profissionais. Pensando em resultados eficazes que invertessem o quadro de devastação que os conflitos geraram, eles assumiram este desafio que contribuiu diretamente para que o país se tornasse essa potência na produção tecnológica e até mesmo de inteligência artificial. Eles usaram a organização como um método de produtividade e ela é simplesmente essencial para que qualquer instituição ou empresa avance. Todos precisamos disso para conseguirmos produzir melhor e essas mudanças comportamentais e ambientais vão permitir que nasça uma cultura da qualidade em tudo que nos dedicamos a fazer, seja profissional ou pessoalmente”, pontuou Elizete.
Para a servidora da Assistência, Maria Imaculada Nunes de Siqueira, a proposta dos 10S é algo inédito na gestão municipal e seus efeitos gerarão resultados definitivos na vida dos profissionais. “Capacitações são sempre muito boas, mas seus reflexos costumam ser de curto e médio prazo. Com a metodologia deste programa, o desenvolvimento contínuo do profissional será o grande foco, permitindo que todos tenham frutos duradouros a longo prazo. Passaremos por um processo maior de sensibilização, com a conscientização dos servidores para que eles melhorem o próprio ambiente de trabalho em todos os sentidos. Limpeza, higiene, educação e organização se unem em um novo modelo onde todos contribuem para uma prestação de serviço muito superior”, concluiu.
