Logo após dar a luz a um menino, mulher ainda não identificada fugiu e deixou o recém-nascido em um terreno baldio, no bairro Espírito Santo, em Cáceres (225 km a oeste de Cuiabá), no início da manhã de ontem (15), por volta das 5h30. Uma moradora, que saiu para colocar uma sacola na lixeira antes que os garis passassem viu a cena, se assustou e tentou falar com a parturiente, mas ela saiu correndo. Foi esta moradora que acolheu a criança e a levou até o Hospital São Luiz. No hospital, tanto a Polícia Militar quanto o Conselho Tutelar foram acionados.
O menino é pardo e pesa 3,640 kg. Aparentemente não tem nenhum problema de saúde e ficou nu, ainda com sangue no corpo e o cordão umbilical, deitado no terreno baldio, por apenas alguns segundos.
Ele vai ficar por 48 horas em observação na UTI Neonatal e, após a alta médica, será encaminhado ao único abrigo local para crianças tuteladas, que é a Casa Lar, de responsabilidade do município. O Conselho Tutelar encaminhou relatório ao município requisitando abrigo e acompanhamento psicossocial. Encaminharia ainda relatórios do caso também à Promotoria da Infância e da Juventude do Ministério Público Estado (MPE) e à Vara Especializada do Judiciário em Cáceres, para providências.
Conselheiro tutelar que atendeu a ocorrência informa que foi acionado por volta das 9h e ressalta que isso é obrigatório toda vez que um menor de 18 anos passa por situação de violência ou vulnerabilidade, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
“Conversei com a moradora que atendeu o caso e ela me contou que a genitora estava ainda terminando de ter o bebê, quando ela abriu a porta e foi aquele susto. Em seguida, ela saiu correndo até sumir na rua. A moradora tentou alcançá-la mas não conseguiu”, relata.
O Conselho Tutelar vai acompanhar a ação da Polícia Civil que está à procura da mãe.
A titular da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Cáceres, delegada Judá Maali, assumiu o caso.
Ontem à tarde ouviu o casal que acolheu a criança. Sobre a mãe, afirma que estão perto de encontrá-la e que está buscando imagens de sistema de segurança nas ruas próximas para ver se ela aparece correndo na região.
“Vejo crimes de abandono de recém-nascido e exposição a perigo”, pontua a delegada.
Por: Keka Werneck, redação A Gazeta