Em 2021, foram registrados 108 conflitos e somente de janeiro a junho deste ano, o número chegou a 90.
Por g1 MT
O número de conflitos no campo aumentou no estado neste ano, conforme dados preliminares divulgados, nessa quarta-feira (9), pela Comissão Pastoral da Terra (CPT). Somente de janeiro a junho deste ano, o número já chega a 90, o que indica um crescimento da violência, de acordo com a CPT.
Em 2021, foram registrados 108 conflitos envolvendo 13.030 famílias em todo o estado, sendo 81 motivados em disputas por terra.
Esses ataques, segundo o coordenador regional do grupo Wellington Douglas Rodrigues da Silva, não são contidos pelas autoridades e, com isso, centenas de famílias se tornam vítimas de conflitos agrários, despejos e tentativas de homicídios.
“Não temos observado uma fiscalização efetiva nesses locais, até porque o governo federal fragilizou este trabalho. Vemos muitas denúncias contra pequenos posseiros e assentados impedidos de trabalhar por conta da degradação maior causada por fazendeiros, empresários, grileiros. Falta sensibilidade de entender quem são os verdadeiros causadores dessa degradação”, disse.
Os dados preliminares da CPT ainda apontam para 10 conflitos por água, 22 pessoas resgatadas do trabalho escavo e mais de 10 registros de violência, como assassinatos, ameaças ou tentativas de homicídio.
Líder de conflitos
Mato Grosso liderou, pelo segundo ano consecutivo, em número de conflitos por terras no Centro-Oeste, em 2021. Segundo o estudo do CPT, cerca de 240 famílias foram expulsas por pistoleiros das terras onde viviam e 150 foram despejadas pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).
O documento ainda mostra que as pessoas que mais sofreram com os conflitos por terra em 2021 no estado foram os povos indígenas (48 conflitos), sem-terra (11) e assentados (8 casos).
Já os principais causadores de conflitos, segundo o relatório, foram os fazendeiros, responsáveis por 15 casos, seguidos por grileiros (11 casos), madeireiros (9), e o governo federal (7).