A demonização dos servidores

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Estamos vivenciando um momento conturbado entre ataques e fakenews sem que se debata ou abra os números do Estado. Discute-se o aumento sancionado pelo presidente Temer para o STF em 16% e que provocará um efeito cascata atingindo os Estados e consequentemente o Legislativo após a aprovação requer também que tenham aumento na mesma proporção enquanto a sociedade e torpedeada com informações propositais dizendo que os 2% de reposição inflacionária dos servidores públicos impactam as Finanças estaduais. Somente a assembleia impactam 540 milhões ao ano senhores, é hora de olhar fora da caixa.

 

A RGA (reposição inflacionária) foi fruto de um acordo conseguido através de luta e diálogo, votado e sancionado entre servidores, TCE-MT, Assembleia legislativa e Governo e no meio do caminho mudaram as regras quebrando o acordo firmado.

 

Sorte é para Mega-Sena, não para servidor concursado.

 

Por vezes até a inscrição para se submeter às provas de um concurso público e gratuito basta preencher alguns requisitos previstos em lei. Entretanto para ingressar no serviço público o sujeito tem que vencer barreiras quase intransponíveis, ou seja, transpor a pedra que o poeta avistou no meio do caminho.

 

A primeira delas é largar tudo, se isolar dos amigos, das festinhas, e se debruçar nos livros diuturnamente. Afinal, para vencer a maratona de um concurso público, com milhares e milhares de concorrentes, o candidato precisa estar muito bem preparado.

 

Não é por mero acaso que o serviço público está repleto de excelentes cabeças. Consultores, analistas, técnicos, auditores, cientistas, profissionais de alto nível, muitos dos quais com graduações em diversas áreas do conhecimento: mestrado, doutorado e pós-doutorado. Estão lá para prestar serviços de qualidade ao cidadão.

 

Servir bem, para o servidor, além de obrigação, é uma questão de ética, um mandamento sagrado. É como uma cláusula pétrea que nunca pode ser quebrada.

Nossa luta é pela valorização dos servidores públicos, municipais,estaduais, federais. Nenhum direito a menos.

Não é verdade que o servidor deseja ou como dizem erroneamente “exigem” apenas subsídios melhores, em sua maioria desejam melhorias estruturais de modo a dar condições dignas de um atendimento de excelência a população que é quem realmente paga nossos subsídios. Quem maltrata um servidor maltrata o maior patrimônio que um governo possui, “afinal eles passarão e nós passarinho”, diz um conhecido ditado popular.

 

Citando um texto não confirmado mas atribuído a Bertolt Brechtde diz: O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala e não participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.

 

O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política.

 

Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.

 

Muito se fala sem conhecimento sobre a estabilidade. Entendam que  existem órgãos de controle e fiscalizações bem como setores de correição e corregedorias nos órgãos públicos com a finalidade de acompanhar qualquer desvio de função ou caráter do indivíduo imbuído de suas responsabilidades, cabe ao cidadão ciente de seus deveres e direitos formalizar até mesmo de forma anônima para que as providências que se fizerem necessárias sejam tomadas dentro da lei e sim o servidor público pode ser exonerado a bem do serviço público diferente de como costumam pontuarem em notícias fantasiosas.

 

Fazer com que todos saibam e reconheçam a importância do trabalho desempenhado pelas categorias dos servidores públicos deve ser um exercício constante, que passa pelo zelo no contato com a população, pelo cuidado com a imagem pública da categoria e, principalmente, por sua unidade. Somente com união os pleitos tornam-se realidade, metas tornam-se bandeiras e propostas passam a ser conquistas.

 

Diante da falta de estabilidade política que se refletiu na política econômica-social o atual governo instituiu um pacote de medidas de ajuste fiscal e também incluiu a realização das reformas da Previdência e trabalhista, que alteraram regras de aposentadoria e da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

 

Tais propostas demonstram claramente o interesse de setores do Executivo e Legislativo em direcionar o Orçamento Público para a consolidação de um estado mínimo, alicerçado nos interesses do capital em detrimento do bem-estar social, da garantia de direitos aos servidores públicos e das reivindicações da população brasileira.

 

Entretanto, nossa aposta é que a própria sociedade mato-grossense não acredita que a melhor resposta à crise econômica seja o arrocho, a precarização do serviço público e a violação dos direitos trabalhistas. A garantia de qualidade dos serviços básicos oferecidos à sociedade e o desenvolvimento do país passam, invariavelmente,pela valorização do servidor público.

 

Diante deste quadro que chamo atenção dos cem mil servidores públicos estaduais, que somados aos seus familiares e amigos chega-se a mais de 500.000 votos que sim, definem uma eleição, como vimos em 2016 na prefeitura da capital de nosso Estado, mas não tão somente meus colegas mas também servidores municipais e federais, seus familiares, amigos e sociedade civil organizada entre profissionais autônomos, comerciante, produtores rurais onde reforço a importância de estarmos unidos entre os mais variados segmentos de servidores públicos e do engajamento das mais diferentes categorias em relação ao ano eleitoral que vivenciamos, pois somente com representatividade política tanto na Câmara dos Deputados quanto na assembleia legislativa estaremos ativos na luta por valorização, dignidade e respeito.

 

Por fim deixo um alerta aos amigos e inúmeros colegas servidores públicos estaduais, municipais e federais, entidades civis e militares: de nada vale o grito dos bons se os mesmos personagens políticos continuarem, não que sejam ruins pois são péssimos e alguns ainda presos e pra piorar não há cobrança devida, fiscalização decente, e não adiantará mais sair as ruas pois até reinvindicações a princípio consolidadas estarem sendo utilizadas como manobras de grupos.

 

O próximo governador deve saber desde já disso e não apenas no discurso, pois estamos de olhos bem abertos e cansados de promessas não cumpridas.

 

 

Nossa luta é pela valorização dos servidores públicos, municipais,estaduais, federais. Nenhum direito a menos.

 

MAX CAMPOS é servidor público estadual do Indea-MT e articulista político.

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