Reeleição no Congresso faz Bolsonaro apressar reforma ministerial

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CLIMA TENSO

A eleição para presidência da Câmara e do Senado elevou o clima de tensão aqui em Brasília. Não se fala em outra coisa nos bastidores do Congresso e do Planalto. É um vale tudo para conquistar votos, eleger os presidentes das duas casas e garantir uma coalizão para as eleições gerais de 2022. Pressionado para fortalecer a sua base, o presidente Jair Bolsonaro já antecipou a reforma ministerial com a troca do ministro do Turismo. As pastas da Saúde e Cidadania estão no foco das mudanças ou, melhor, no toma lá dá cá. Difícil saber onde Bolsonaro irá acomodar os quase ex-ministros Eduardo Pazuello (Saúde) e Onyx Lorenzoni (Cidadania). Como Bolsonaro ainda não disse nem sim, nem não, façam as suas apostas.

 

IMEXÍVEIS

Foto: Sérgio Lima/Poder 360

Uma das pastas que esse setor mais ligado aos evangélicos gostaria é a da Educação, que está em seu quarto ministro em menos de dois anos. Porém, Bolsonaro ainda não acenou com mudanças por lá. Até aqui, nesses ministérios mais “de ponta”, ou seja, com contato direto com prefeitos, é certo que o presidente não mudará o do Desenvolvimento Regional, o de Direitos Humanos, o de Comunicações e o de Ciência e Tecnologia. Já Eduardo Pazuello e Onyx Lorenzoni, como já citei, balançam e podem cair.

 

SURGE PACHECO

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A menos de dois meses da eleição que vai renovar a cúpula do Congresso, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), dá sinais de que tentará emplacar Rodrigo Pacheco como seu sucessor em 1.º de fevereiro de 2021. Líder do DEM, Pacheco é advogado e está sendo apresentado pelo padrinho como um nome “independente”, mas que não criará problemas para o Palácio do Planalto. Em busca do apoio de uma ala do MDB a seu candidato, Alcolumbre negocia agora o comando da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante do Senado, para o senador Renan Calheiros (MDB-AL).

 

CARREIRA SOLO

Pelo que vejo, a estratégia montada por Alcolumbre para fisgar o MDB no Senado não prosperou. Maior bancada do Senado, com 13 integrantes, o MDB está novamente rachado, mas não pretende abrir mão de entrar no páreo. Os líderes do governo no Congresso, Eduardo Gomes, e do MDB, Eduardo Braga, já se apresentam nas rodas políticas como pré-candidatos à vaga de Alcolumbre. A atual presidente da CCJ, Simone Tebet, também cobiça o posto.

 

JAYME NO PÁREO

Em discurso na tribuna do Senado, senador Jayme Campos (DEM-MT)

Correndo por fora o presidente da Comissão de Ética do Senado, Jayme Campos (DEM-MT), também entrou no páreo para presidir a Casa. O parlamentar mato-grossense foi citado na edição eletrônica do jornal Folha de São Paulo como um dos viáveis para disputar o comando do Senado Federal. Jayme Campos tem bom relacionamento com todos os demais senadores e tem um currículo que o credencia para assumir postos e funções de destaque no cenário político do País. Ele iniciou na política pela Arena e, em 1982, elege-se pela primeira vez prefeito de sua cidade natal, Várzea Grande, pelo então PDS. Em 1990, já pelo PFL, elege-se governador de Mato Grosso. Em 1996 é eleito novamente a prefeitura de Várzea Grande, reelegendo-se em 2000. Foi senador pela primeira vez em 2006 com 61% do votos válidos. Entre 2011/2012 presidiu a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado.

 

JÁ ERA

Já na Câmara Federal, nesse cenário de indecisão, quem está perdendo espaço é o próprio Rodrigo Maia (DEM-RJ). Brasília “sextou” e o DEM ainda não definiu quem será o candidato para substituí-lo na presidência da Câmara. O primeiro revés de Maia aconteceu no meio dessa semana quando um de seus principais aliados e atual vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (Republicanos-SP), decidiu deixar as negociações com o democrata. O deputado paulistano era apontado com um dos possíveis nomes de Maia, no entanto, agora, pretende lançar sua candidatura como uma terceira via. Além do Republicanos, partidos da oposição já começam a se movimentar contra Maia. Integrantes de PT, PSB, PCdoB, PDT e PSol sinalizam conversas com Arthur Lira (PP-AL), candidato de Bolsonaro. O bloco é tido como fiel da balança para que alguma candidatura consiga vencer a eleição.

 

 

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