Negócios inovadores encontram oportunidades fora do país durante pandemia

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Cultura exportadora torna-se saída para aproximação comercial e expansão das vendas a nível internacional

Mesmo com o impacto sofrido pelo avanço da pandemia do coronavírus, as micro e pequenas empresas têm conseguido mostrar força para superar os numerosos desafios impostos pela crise. A busca de novos mercados, principalmente no exterior, tem se tornado uma alternativa para os donos de pequenos negócios. De acordo com o presidente do Sebrae, Carlos Melles, o momento é de reinvenção, inclusive para a realização de feiras e rodadas de negócios, que são importantes ferramentas para expansão de vendas e horizontes para as micro e pequenas empresas.

“A pandemia do coronavírus tem estimulado os mais diferentes setores da economia a buscar alternativas para preservar as atividades das empresas. Tradicionalmente sinônimo de aglomeração de pessoas para a apresentação de produtos e serviços, a realização desses eventos sofreu muito com o impacto das exigências do distanciamento social. Mas, já começam a surgir novos e promissores caminhos”, declarou.

A analista de internacionalização do Sebrae, Andrea Restrepo, explica que neste momento de pandemia, a instituição tem atuado junto com parceiros  importantes para fortalecer a cultura exportadora dos pequenos negócios. Exemplo disso, foi a realização, pela primeira vez, de uma rodada virtual de negócios internacionais, promovida pelo BID (Banco Interamericanos de Desenvolvimento), em parceria com o Sebrae, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Apex-Brasil.  A Business Connection Brazil: Food and Beverage alcançou US$ 28,72 milhões em negócios fechados e US$ 150,88 milhões em transações futuras. Com foco nas micro, pequenas e médias empresas, reuniram-se 353 fornecedores e 137 compradores de 44 países, como Brasil, China, Emirados Árabes, EUA e Canadá.

Além disso, programas promovidos pelo Sebrae e diversos parceiros, como o Prointer Bio, que atua na aceleração aceleração e internacionalização de negócios de alto impacto em bioeconomia, no estado do Rio de Janeiro, demonstram que há oportunidades de negócios. Neste caso, os pequenos negócios de base tecnológica são um exemplo de que é possível transpor fronteiras com soluções inovadoras.

Uma das participantes do Prointer Bio é a empresa Biobureau, que a partir do cenário atual e sua expertise em pesquisa e desenvolvimento, se reestruturou para direcionar os esforços de pesquisa para o desenvolvimento de testes rápidos para a identificação da Covid-19. Com o apoio do Sebrae RJ como fomentador de negócios internacionais e contando com as parcerias de outras empresas que fazem parte da iniciativa, o projeto da Biobureau conseguiu apoio financeiro da Horizon 2020, que é o maior programa de investigação e inovação da União Europeia (UE). A empresa brasileira está, atualmente, em processo de internacionalização para abrir uma filial em Portugal.

De acordo com a coordenadora de negócios internacionais do  Sebrae RJ e gestora do Prointer Bio, Miriam Ferraz, com a pandemia, os modelos de negócios que já trabalhavam com inovação e tecnologia ganharam um impulso ainda maior. “A inovação não tem fronteiras, então já é um hábito das empresas que atuam no segmento, em trabalhar à distância e de participar de eventos internacionais; porém esse processo foi acelerado neste momento”, explicou. Segundo ela, com o apoio do Sebrae RJ, os cientistas e pesquisadores foram incentivados a buscar desenvolver soluções para o enfrentamento da pandemia. “Demos todo o suporte para que as empresas pudessem desenvolver planos de inovação e treinamento para captação de recursos em editais de fomento. Paralelamente, damos assessoria jurídica para registro de patentes e consultorias de como negociar internacionalmente”, ressaltou.

A Biotecam é outra empresa que é acompanhada pelo Sebrae desde 2017, por meio do Prointer Bio. Ela adaptou o projeto de um “pulmão”, capaz de purificar e oxigenar lagos e tanques para psicultura, para aplicação de purificação de ar em hospitais de campanha, minimizando a contaminação do ambiente. Também desenvolveram um biotecido especial para máscaras faciais com alta capacidade filtrante, ideal para proteção de pessoas contra a Covid-19. Os dois projetos estão em fase de aprovação para receber investimentos da Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), por meio de uma parceria do Sebrae, realizada no início da pandemia, para destinar recursos de até R$ 6 milhões para empresas que desenvolverem soluções para o enfrentamento da doença.

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