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sábado, maio 4, 2024
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    MEMÓRIA DO LEGISLATIVO CUIABANO 1977: a Câmara homenageia o poeta Carmindo de Campos

    A Coordenadoria de Cultura e Resgate Histórico da Câmara Municipal de Cuiabá iniciou há três meses a digitalização e catalogação dos documentos oficiais da Instituição. Tratava-se de um grande arquivo, que aos poucos está se tornando um importante acervo histórico, conservado, organizado e acessível ao público.
    No decorrer da catalogação, encontramos um projeto de lei que deu à época uma nova denominação à Rua do Barbado, nome em referência a um córrego da região, um dos afluentes do rio Cuiabá. O projeto de lei tinha como autor o vereador Benedito Alves Ferraz. O objetivo do vereador era homenagear o Sr. Carmindo Germano de Campo e, para tanto, deu um novo nome à rua do Barbado. A partir do dia 15 de dezembro de 1.977, exatos 40 anos atrás, essa via passou a denominar-se rua Carmindo de Campos.
    O Sr. Carmindo de Campos nasceu em Cuiabá em 28 de maio de 1898, o único filho de Saluniel Mariano de Campos e Antônia Francisca de Souza Campos. Teve uma vida dedicada às letras e ao jornalismo. Durante a juventude, fundou o jornal humorístico “Caçula” e ingressou nos Correios, onde fez carreira por muitos anos, ocupando importantes cargos administrativos.
    Ao tomar posse nos Correios em 1922, Carmindo de Campos foi transferido para a cidade de Cáceres. Retornou no ano seguinte para Cuiabá, e em parceria com o dr. Agrícola Paes de Barros, fundou o jornal “A Capital”. Foi correspondente de jornais nacionais em Cuiabá, criou um sistema de distribuição de jornais e revistas e foi proprietário de uma livraria na rua 13 de junho, no centro da cidade.
    Dono de livraria, servidor dos Correios e jornalista, Carmindo de Campos era apaixonado por sua cidade natal. O jornal “O Estado de Mato Grosso” publicou um dos seus poemas em 1966, chamado “Cuiabá”, o qual transcrevemos:
    “Cuiabá, minha velha e lendária cidade,
    Você está remoçando…
    Está ficando mais bonita…
    Está ficando mais, muito mais catita.
    Se o Pascoal Moreira Cabral visse você agora,
    Garanto, não ia mais embora,
    Nem Pires de Campos, nem outro bandeirante,
    Porque você minha velha: está fascinante!
    Você bem merece a liderança,
    Desse velho e valente Mato Grosso,
    Você tem um quê que prende a gente,
    Você minha velha é um colosso…
    Tudo em você, tudo, rescende a Brasil.
    Teus morros, teu rio piscoso, teu céu de anil.
    Teu rio é teu pai, e igual não há,
    Foi dele que tiraste esse nome poético: Cuiabá!
    Oh minha cidade linda, não sei porque,
    Quando longe, sinto imensas saudades de você,
    Sinto saudades do pacú, do bagre, da piraputanga,
    Do licor de piqui, do doce de caju e da manga!
    Sinto saudades desse calor sadio,
    Que às vezes é melhor, muito melhor que o frio!
    Oh minha Cidade linda, igual não há:
    Oh minha velha e idolatrada Cuiabá.”
    Um novo projeto de lei, em 1.992, elevou a rua à condição de avenida. A extensa avenida percorre os bairros Dom Aquino, do Terceiro, Jardim Paulista, Jardim Europa, Campo Velho, Jardim Tropical, Grande Terceiro, Jardim Petrópolis, Jardim Califórnia e Jardim Shangri-lá, na região Leste da capital. Liga-se à avenida Tenente Coronel Duarte, Miguel Sutil, General Mello, Tancredo Neves e Fernando Corrêa.
    Aqueles que transitam pela avenida Carmindo de Campos encontram bancos, lojas de material de construção, oficinas e garagens de automóveis, lojas de móveis usados e o famoso Shopping Popular.
    Não há dúvida de que Carmindo de Campos foi reconhecido e devidamente homenageado pela Edilidade cuiabana. Somos convidados a conhecer a história de Cuiabá através de seus personagens revividos nos logradouros públicos da nossa cidade.
    Danilo Monlevade
    Analista Legislativo
    Coordenadoria de Cultura e Resgate Histórico
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