Na noite desta quinta-feira (4), o Governador do Estado, Mauro Mendes esteve presente em um dos auditórios do SENAI, em Cuiabá, falando sobre as dificuldades financeiras que Mato Grosso vem passando nos últimos anos. Abrindo a ”Caixa Preta” referente ao mandato do ex-governador Pedro Taques (PSDB). Com isso, Mauro pretende esclarecer todas as dificuldades financeiras que assolaram o governo anterior, desde o governo de Silval Barbosa (MDB).“São despesas empenhadas e não pagas. Devemos as prefeituras, fornecedores e aos poderes”, disse o governador.
Mauro Mendes afirmou que não vai perder tempo falando das administrações anteriores, mas era preciso mostrar para a população a real situação financeira de Mato Grosso.
Na planilha de débitos exposta por Mauro, as informações são de que, nos últimos quatro anos, cresceu cerca de 292% as dividas, para um total de 11.424 fornecedores, além de dever repasses constitucionais no valor de R$ 3,6 bilhões às prefeituras de Mato Grosso.
De 2003 a 2018
Ao fazer uma comparação de 2003 a 2018, ou seja, 15 anos, os restos a pagar do Estado cresceram 2.382%. O crescimento da dívida com a previdência também somou para a quebradeira que afetou o Estado. Segundo as informações divulgadas por Mauro, somente em 2018, o montante da dívida com a previdência, foi de R$ 1,1 bilhão. Já em 2019, para efetuar o pagamento dos aposentados, foi necessário, recorrer a R$ 1,1 bilhão da Fonte 100, recurso de emergência previsto no orçamento estadual para pagar os aposentados e pensionistas.“Teremos entre 2023 e 2024 teremos mais servidores aposentados que ativos, uma situação muito preocupante. Esse é um dos motivos da quebradeira no nosso Estado”, afirmou o Governador. Mauro apresentou também o crescimento da arrecadação do ICMS estadual e municipais e a folha de pagamento dos servidores, nos últimos 15 anos. Onde de 2003 a 2005 o ICMS e a folha de pagamento já demonstrava que chegariam em 2018 com números estratosférico. Há 9 anos atrás, com a queda do ICMS e abaixo da da folha de pagamento no Executivo, passou a afetar os repasses dos demais poderes deixando Mato Grosso com dívidas milionárias no repasses dos duodécimos.
No ano passado, só de ICMS foram arrecadados cerca de R$ 7,678 bilhões. Entretanto, as despesas com folha salarial no Executivo, foram de R$ 11, 216 bilhões e a folha total do Estado com os demais Poderes R$ 13 bilhões. “Há quinze anos o que arrecadávamos de ICMS, pagávamos folha salarial do Executivo e todos os poderes. Agora não pagamos metade dos nossos compromissos com os Poderes”, afirmou o governador.
PIB DE MATO GROSSO
Numa comparação com a arrecadação, folha salarial e a inflação no período de 15 anos, a receita estadual cresceu 342%. A folha salarial do Executivo R$ 705% contra a inflação de 94%. O PIB de Mato Grosso cresceu 411%, segundo o governador, o PIB Mato-grossense cresceu em relação ao PIB nacional, que foi de 297%. O governador incluiu ainda o crescimento da folha total do Executivo que foi de 678% contra a receita de 342%, a folha do Executivo 705% e a despesa corrente, aquelas despesas nas secretarias foi de 135%. Mauro ainda falou sobre o que afeta a rede estadual pública: “Isso explica porque temos uma rede pública sucateada com uma serie a de serviços públicos que não estão a contento da população porque ao longo dos últimos tempos os investimentos foram minguando de áreas de custeio e finalísticas”, pontuou o Governador.
RETOMADA DE OBRAS EM MATO GROSSO
Mauro falou sobre as obras que estão paralisadas. Pontuando principalmente, na educação e infraestrutura. No total, são mais de 335 obras que o atual governo deverá retomar, além de fazer novos investimentos nos demais setores. Na infraestrutura, o governo anterior deixou de manter as estradas, pontes e não cumpriu com os convênios assinados.
Na educação, 46 obras estão paradas das 777 escolas estaduais, sendo 398 delas estão em condições ruins ou péssima.
O governador falou com os prefeitos anunciando a autorização para a retomada ou início de 114 obras, em 90 municípios. A iniciativa deverá movimentar quase R$ 1 bilhão.
“Estamos trabalhando por um único objetivo, que é levar serviços públicos de qualidade para a população de Mato Grosso.
E garanto aos senhores que nenhuma obra será iniciada ou retomada nesse Estado sem que haja dinheiro para o seu término”, destacou Mauro Mendes.
“Por isso estamos cortando os gastos e otimizando os recursos, controlando o crescimento da folha e melhorando a arrecadação, além disso, estamos sendo muito atuantes no combate à sonegação fiscal”, ressaltou, acrescentando que o Estado de Mato Grosso é de todos e, por isso, é necessário olhar para os municípios que é onde vivem os cidadãos.
SAÚDE
O governador aproveitou a presença do presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (DEM) e demais deputados estaduais para ressaltar a compreensão dos parlamentares, para aprovação dos últimos projetos do Executivo, incluindo o empréstimo no valor de U$$ 332 milhões, para pagar as dividas do Estado com um banco americano.
“Agradeço a todos os deputados que nos apoiaram nas medidas necessárias. Se os deputados não tivessem compreendido a real situação, o estado iria quebrar nos próximos anos.
Precisamos nos organizar e arrumar a casa para o equilíbrio fiscal de Mato Grosso. Não tem receita mágica, quando gastamos mais do que arrecadamos. Mato Grosso é de todos nós”, justificou o governador.
DA REDAÇÃO COM INFORMAÇÕES DO SITE NOTICIA TODO DIA