Harmonização corporal: a nova era do autocuidado e estética

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Por Karin Krause | O autocuidado segue despertando uma visão mais holística do corpo – tanto em relação à saúde quanto à estética. Com a tendência da vida fitness, por exemplo, as linhas entre alimentação balanceada, exercício físico e cuidados com a pele seguem cada vez mais cruzadas. E não para por aí: gerações como a millennial e a Z focam cada vez mais na região dos ombros para baixo.

Após tempos em destaque, a face cede espaço (e atenção) para o corpo como um todo. Isto, principalmente, no que diz respeito ao desejo de manter o frescor da juventude ou levar o corpo de volta aos contornos que um dia já apresentou. Com os grandes avanços tecnológicos no tratamento das imperfeições corporais, o corpo tem sido intitulado como “a nova face”.

Em busca de um corpo mais definido – com menos flacidez, celulite e gordura localizada –, muitos aparelhos têm auxiliado as pessoas na conquista do tão sonhado “Hollywood Body Shape”. Inclusive, um conceito já bastante difundido no tratamento facial migrou para o corpo também. Trata-se do que chamamos de “Harmonização Corporal”.

No entanto, antes de avaliar o melhor tratamento ou combinação de tratamentos estéticos, é preciso entender como funciona o universo corporal. Afinal, existem diversos biotipos corpóreos. Entre as mulheres, por exemplo, constam cinco tipos físicos: ampulheta ou violão (o mais desejado por elas), triângulo ou pera, triângulo invertido, retângulo e oval (maçã). Compreender qual é o seu é o primeiro passo.

Hoje, a tecnologia com maior impacto na remodelação do contorno corporal é a CoolSculpting (criolipólise), que é capaz de reduzir cerca de 27% do volume de gordura localizada em uma única sessão de forma não invasiva. O tratamento usa temperaturas frias para destruir células de gordura (o que chamamos de apoptose ou morte celular programada dos adipócitos), evitando queimaduras na pele sobreposta.

É baseado na descoberta de que o tecido adiposo pode ser danificado pelo resfriamento a temperaturas que não prejudiquem a pele, os nervos, os vasos sanguíneos ou o tecido muscular circundante. O procedimento tem como alvo áreas de gordura que são resistentes a exercícios ou dietas, oferecendo uma alternativa não invasiva à lipoaspiração.

Em relação ao combate da flacidez corporal, diversos protocolos também têm evoluído e alcançam resultados ainda mais consistentes. Não é novidade que após os 30 anos de idade perdemos cerca de 1% do colágeno corporal ao ano. Mas, o que muitas pessoas esquecem é o fato de que, sim, é possível estimular o organismo a produzir e também manter nossa reserva de colágeno. Isto, por meio de tratamentos bioestimuladores de colágeno. Ou seja, aplicando produtos injetáveis nas áreas com maior flacidez – como braços, abdômen, face interna das coxas, glúteos e joelhos.

Esses produtos geram um processo inflamatório controlado no local aplicado, que acordam os fibroblastos e aumentam a produção do colágeno endógeno, o que produz um banco de colágeno. As substâncias utilizadas para isso são duas: hidroxiapatita de cálcio (Radiesse) e/ou o ácido polilático (Sculptra). Elas devem ser aplicadas com média de três sessões, com intervalos mensais a cada dois anos.

Combinada aos tratamentos bioestimuladores, uma nova tecnologia surgiu e tem revolucionado o tratamento tanto da flacidez tissular (pele) quanto da flacidez muscular: o ultrassom micro e macrofocado (Ultraformer III). Ele emite uma onda acústica capaz de penetrar a pele e atingir o SMAS (sistema músculo aponeurótico superficial), o que gera colunas de coagulação na membrana que reveste o músculo e promove uma retração tanto da pele quanto do músculo. A pele literalmente cola.

Em relação à celulite, aparelhos – como o Velashape – combinam radiofrequência, endermologia e infravermelho de forma simultânea. Dessa forma, eles conseguem tratar todas as causas da celulite, como retenção de líquido com a drenagem mecânicas dos roletes por meio da endermologia, melhorar a celulite por flacidez e gordura localizada através da combinação da radiofrequência e do infravermelho.

Essa tecnologia também tem sido utilizada em combinação com o descolamento mecânico das traves de fibrose das celulites com graus mais elevados – subcisão. Além disso, em alguns casos, faz-se necessário, além do descolamento cirúrgico das áreas de fibrose da celulite, a aplicação de preenchimentos para superficializar as irregularidades deixadas pela má oxigenação tecidual da celulite.

É claro que todas essas tecnologias devem estar sempre aliadas à boa e velha dieta e atividade física. Mas, com os avanços conquistados com essa gama de recursos, torna-se cada vez mais palpável a possibilidade de obter um corpo harmonizado – digno do tão almejado tapete vermelho hollywoodiano.

Karin Krause Boneti é médica dermatologista

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