Portões fechados. Pátios e salas de aulas vazios. Foi assim que a maioria das escolas estaduais amanheceu nesta segunda-feira (27), no primeiro dia da greve da Educação, em Cuiabá.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), das 73 escolas da Capital, 67 aderiram à paralisação. No interior do Estado, ainda não há dados. O Governo não irá se manifestar.
Os profissionais decidiram entrar em greve, por tempo indeterminado, no último dia 20.
Eles cobram o cumprimento da lei da dobra do poder de compra – aprovada em 2013, na gestão do ex-governador Silval Barbosa, e que dá direito a 7,69% a mais anualmente na remuneração durante 10 anos – e a Revisão Geral Anual (RGA).
Os profissionais ainda reivindicam o fim do escalonamento salarial, realização de um concurso público e um calendário para melhorar a infraestrutura das escolas.
Nesta manhã, a reportagem esteve nas escolas Liceu Cuiabano Maria de Arruda Müller, Presidente Médici e Nilo Póvoas, consideradas as maiores da cidade, e todas elas aderiram à greve. Todos os alunos foram avisados com antecedência e não compareceram nas unidades.
No Liceu, todos os portões estavam trancados. De longe, foi possível notar apenas o vigilante no local.
Já no Médici e Nilo Póvoas, apesar da greve, alguns profissionais da diretoria e secretaria encontravam-se trabalhando.
A diretora do Médici, Elina Padilha Fernandes, afirmou que apoia a greve como professora, mas disse que como gestora, não enxerga a paralisação com bons olhos.
“É realmente um dilema. Como professora, apoio a greve, pois é um direito que inclusive já foi conquistado lá atrás em outra greve, mas que não está sendo cumprido”, disse.
“Como gestora, porém, não é interessante, tendo em vista o descumprimento do calendário
escolar. Além disso, há toda uma preocupação com os alunos do terceiro ano que vão prestar o Enem [Exame Nacional de Médio] em novembro. Esperamos que tudo se resolva o mais rápido possível”, afirmou.
Manifestação
O diretor do Sintep, Henrique Lopes informou que a categoria se prepara para uma manifestação em frente à Secretaria de Estado de Educação (Seduc), às 14h.
Para ele, o primeiro dia de movimento já começou forte e tem tudo para crescer nos próximos dias.
“Os números demostram que mais de 90% das escolas de Cuiabá aderiram. Apenas algumas escolas na periferia e outras especiais estão funcionando”, disse.
Segundo ele, o sindicato ainda contabiliza o total de escolas paralisadas no interior do Estado.
“Mas com certeza a adesão deve aumentar nos próximos dias e o Governo terá que sentar com a categoria para construir um acordo. Nossa greve não é por motivo banal, queremos que o Governo apenas cumpra a lei”, pontuou.
Credito: Midia News