Em defesa dos povos do campo, das águas e das florestas organizações sociais realizam o lançamento da Campanha Contra a Violência

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Foto: Agatha Azevedo

Lançamento será no dia 02 de agosto às 10h no Conselho de Direitos Humanos (CNDH) em Brasília.

Da Página do MST

Em dez anos de análises da violência no campo apontam crescimento gradativo e
nos últimos dois anos atinge 5.5 milhões de pessoas. Os assassinatos aumentaram
75% e o trabalho escravo cresceu 113%. A violência no campo impacta sobretudo
mulheres, crianças e jovens. Frente a esta realidade, organizações sociais lançam a
Campanha Contra a Violência no Campo dia 02 agosto, em defesa da vida. O
momento do lançamento será realizado às 10h (horário de Brasília) no auditório do
Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), em Brasília (DF). O evento faz
parte da programação do Seminário da 6a Semana Social Brasileira, o lançamento
será em formato híbrido, presencial e com transmissão ao vivo pelas redes sociais
das organizações que compõem a Campanha.
A Campanha é uma iniciativa de diversas organizações do campo, das florestas e das
águas, que buscam fazer frente ao avanço da violência contra esses povos e
comunidades tradicionais.
Durante o lançamento serão apresentados relatos de casos de violência contra os
povos indígenas pela Aty Guasu (Grande Assembleia do povo Guarani e Kaiowá) do
Mato Grosso do Sul, e contra os povos do Território Campestre, comunidade Alegria
do município de Timbiras (MA). Na oportunidade serão apresentados dados
atualizados sobre a violência no campo, sistematizados pela Comissão Pastoral da
Terra (CPT) e pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI). Também será
apresentada uma carta compromisso contra a violência no campo para que os
candidatos nas eleições de 2022 possam aderir.

A violência no campo

Entre 2011 e 2015 foram registrados 6.737 conflitos no campo, envolvendo mais de
3,5 milhões de pessoas. No período seguinte, de 2016 a 2021, esses números
subiram para 10.384 conflitos, atingindo 5,5 milhões de pessoas, em especial
crianças, jovens e mulheres. O que evidencia que o impeachment da ex-presidenta
Dilma Rousseff foi um golpe articulado entre setores do Estado e do capital, da mídia
hegemônica e em particular ligado ao agronegócio.
Os assassinatos no campo saltaram de 20 em 2020, para 35 em 2021, representando
um aumento de 75%. Dentre estes, destacam-se o assassinato de lideranças que
atuam na defesa do território, dos direitos humanos e da natureza. Com relação ao
trabalho escravo, houve aumento de 113% no número de pessoas resgatadas. Vale
lembrar que esses dados, registrados pela CPT, são apenas os que tiveram
visibilidade nos dados oficiais ou mídia. Isso significa que a realidade é ainda muito
mais dura. Essas situações se acirram à medida em que as políticas públicas e de
fiscalização são desmontadas.
As populações que mais sofreram violência no campo foram, povos indígenas,
quilombolas, ribeirinhos, posseiros e trabalhadores e trabalhadoras rurais sem-terra,
segundo dados da CPT.
No esteio desse processo de luta dos povos, enfrentar e superar a violência no campo
se impõem como objetivo a partir da articulação e unidade das várias frentes de
resistência e na defesa da vida.

Don José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo da Prelazia de Itacoatiara (AM) e
Alessandra Farias que integra a Sociedade Maranhense de Direitos Humanos
participam da construção da campanha e compõe a mesa para o dia do lançamento.

*Editado por Agatha Azevedo

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