Polícia Civil deflagrou, nesta sexta-feira (28), uma operação contra a Cooperativa Brasileira de Serviços Múltiplos de Saúde (Coopebras), a cooperativa de médicos de Roraima. O alvo, seria um grupo da cooperativa que presta plantões e serviços de saúde nas unidades do estado.
Policiais cumprem cinco mandados de prisão e mandados de sequestro de bens de 40 veículos e 30 imóveis em Roraima e na Bahia, onde o investigados no esquema lavavam dinheiro comprando imóveis em um condomínio de luxo em Salvador, além de fazendas no município de Itaquara, no sudoeste baiano.
Pela manhã, agentes da Polícia Civil estiveram em um condomínio de luxo no bairro Caçari, área nobre de Boa Vista, e também em uma empresa de refrigeração, manutenção de centrais de ar e de locação de geradores, que também presta serviços para o estado, é investigada.
“O objetivo é o combate ao crime de corrupção ativa e passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta”, informou a Polícia Civil de Roraima.
A operação faz parte da terceira fase da operação Hipócrates, que investiga desvio de dinheiro público, em contratos de Saúde em Roraima. O foco desta sexta, segundo a Polícia Civil, é a área administrativa da Coopebras.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), no estado, os integrantes da cooperativa envolvida no esquema lavavam dinheiro comprando imóveis em um condomínio de luxo em Salvador, além de fazendas no município de Itaquara, no sudoeste da Bahia.
Em nota, o governo disse apenas que, após as ações do Grupo de Combate aos crimes contra a Administração Pública na Coopebras, a Secretaria de Saúde (Sesau) fará a alteração do modelo de prestação desses serviços.
“Durante esse período de transição, acompanhará a gestão dos plantões e serviços médicos prestados pelos profissionais contratados direta e indiretamente”.
Em julho do ano passado, a Coopebras já havia sido alvo da Operação Hipócrates. À época, a Policia Civil informou que médicos que recebiam do governo de Roraima sem cumprir os plantões.
As investigações iniciaram em abril, após um ex-secretário denunciar corrupção no sistema de Saúde. À época, os contratos da Sesau com a Coopebras chegaram a R$ 10 milhões mensais.
Operação Hipócrates 1ª e 2ª fase A primeira fase da Operação Hipócrates foi em junho de 2019. Na época, a Polícia Civil tinha como foco médicos efetivos que cumpriam jornadas de trabalho simultâneas.
Conforme as investigações, os profissionais eram escalados por uma empresa privada para cumprir plantão pelo mesmo horário que eram contratados pelo governo. O nome da operação faz referência ao médico grego que é considerado “o pai da medicina”.
A ação correspondia a desvios de verbas, peculato, apropriação indébita e falsidade ideológica de médicos que trabalharam na Cooperativa Brasileira de Serviços Múltiplos de Saúde (Coopebras) entre 2015 e 2019.
A segunda fase da operação, denominada Tracto, foi deflagrada em outubro de 2019. No dia, foram presos em flagrante o vice-presidente da Coopebras e um médico. Eles estavam com armas e munições, informou a Polícia Civil.
Os alvos na segunda fase foram agentes públicos que atuavam na saúde pública de Roraima. A operação Tracto foi batizada com esse nome em virtude da palavra em latim que significa “manipuladores”.
Fonte: G1 RR