CARAVANA: Após cirurgia, idoso que pouco enxergava passa a ter ‘visão de gato’

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Da Redação

A todos que têm os sentidos intactos, como o da visão, um aviso: esta é uma história de superação. “Com o tempo, tive que superar o medo da cegueira, pois já não enxergava quase nada por conta da catarata, e com o preço da cirurgia, sabia que não podia fazê-la. Foi quando chegou a Caravana e minha vida mudou: hoje, de um quase cego, sou um homem que enxerga no escuro, igual um gato”. A fala é de Pedro Bispo, 72 anos, morador de barra do Bugres (140 km de Cuiabá).

Pedro é mais um dos 66 mil mato-grossenses que passaram pelas cirurgias oftalmológicas ofertadas pelo governo na Caravana da Transformação, maior programa de saúde e cidadania do Estado.

“Essa ação é uma benção. Quando que eu ia ter condições de pagar R$ 14 mil para arrumar as vistas? Nunca!”, diz Bispo, recostado confortavelmente em uma cadeira de fio, sempre atento às mensagens que chegam ao celular.

Antes da cirurgia, Pedro teve que comprar óculos que custou R$ 1,3 mil, mas que pouco fez por sua visão. Aqueles óculos não adiantavam nada, via tudo embaçado; hoje vejo um novo mundo, é a melhor coisa do mundo voltar a enxergar”.

E o processo de superação passa por coisas que para a maioria das pessoas parece pequena, sem importância, como acessar o telefone móvel, que aliás é o passatempo preferido do aposentado. “Não tenho mais que ficar mirando o telefone, colocando e tirando óculos, hoje eu boto o olho nele e vejo tudo, e vou contar outra coisa: hoje eu vejo até ‘micuim’ no céu”, conta Pedro, em meio a gargalhadas.

Jogar sinuca, outro lazer que tinha deixado de lado, foi retomado. “Sempre foi minha diversão preferida, jogar sinuca. Mas como que faz para jogar sinuca se eu nem conseguia ver as bolas que tinha que acertar?”. E pensa que para por aí? a reconquista da independência guarda outro capítulo.

“No banco era outro nervoso, não via a senha de jeito nenhum, tinha que ficar pedindo ajuda para os outros para bater senha. Agora não, agora faço tudo sozinho, sem essa de velho ceguinho pedindo ajuda”, fala Pedro, agora em tom mais sério.

Novo mundo

O sergipano de nascença e barrense por escolha desde 1973 é um dos mato-grossenses que foi beneficiado pelos serviços de saúde prestados na primeira Caravana, realizada no município no 1º semestre de 2016. Agora, a história de Pedro navega num mar de 349 mil cidadãos de MT que receberam algum tipo de atendimento na Caravana da Transformação.

E o resultado obtido com a operação, além da óbvia recuperação da visão, objetiva o processo de reconstrução do cotidiano da pessoa idosa, que com as limitações impostas pela perda gradual da visão sente sua independência se esvaindo aos poucos, tal qual sua capacidade de enxergar.

“Depois da cirurgia sei que posso envelhecer de forma sadia, algo que significa voltar a ser dono da minha vida, ser independente no que faço diariamente, seja no trabalho ou no lazer, com minha sinuquinha”, conclui Pedro Bispo, o homem da visão de gato.

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