PROVA DE FOGO
A criação do tributo de transações digitais com cobrança semelhante à extinta CPMF voltou à discussão aqui em Brasília. Líderes do governo negociam, inclusive, a apresentação de proposta do imposto ainda nessa semana. A proposta tem aval do presidente Jair Bolsonaro e o parecer técnico do ministro da Economia, Paulo Guedes. Desde a semana passada o governo está pavimentando esse caminho com o Congresso e testará agora o poder de articulação dos líderes. Será uma prova de fogo.
DO CONTRA
Presidente da comissão mista que analisa a reforma tributária no Congresso Nacional, senador Roberto Rocha (PSDB), declarou nesta quarta-feira (23) que não considera “oportuno” discutir no atual momento a inclusão no projeto de um imposto nos moldes da antiga CPMF. Segundo Rocha, que foi ao Palácio do Planalto para uma audiência com o presidente Jair Bolsonaro, “não há ambiente político” para discutir o tema. Na avaliação dele, a insistência em debater um novo imposto poderá ainda “contaminar” o avanço da reforma tributária.
DEDO DO FLÁVIO
Em campanha para ser indicado a uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal), o juiz federal William Douglas dos Santos tem contado com a ajuda de pesos pesados para se aproximar de Jair Bolsonaro (sem partido). Além de ter o apoio de líderes evangélicos, o filho mais velho do presidente, senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), tem buscado impulsionar o nome do pastor do Rio de Janeiro junto ao pai e a auxiliares de confiança do presidente. O Palácio do Planalto não comentou sobre a notícia.
ARTICULAÇÃO COSTURADA
Em campanha pela reeleição, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), se reuniu com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e os senadores Renan Calheiros (MDB) e Eduardo Braga (MDB). O encontro foi no apartamento da senadora Kátia Abreu (PP), anfitriã de um jantar para o magistrado e seus colegas. Gilmar é relator de uma ação que tramita no Supremo e pode abrir caminho para Alcolumbre disputar a reeleição ao Senado, em fevereiro de 2021. Já o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM) tem dito que não é candidato a novo mandato à frente da Casa. Será?
TOPO DA LISTA
O presidente Jair Bolsonaro é o brasileiro melhor posicionado na lista de 100 pessoas mais influentes do mundo em 2020 elaborada pela revista “Time”. Na categoria “Líderes”, o perfil de Bolsonaro informa números negativos de seu mandato, como os 137 mil mortos pelo coronavírus no Brasil, a “pior recessão em 40 anos” e os “mais de 29 mil incêndios na floresta amazônica apenas em agosto”, mas também o apoio de 37% dos brasileiros.
POSIÇÃO DE DESTAQUE
Bolsonaro foi citado ao lado de nomes como dos presidentes dos EUA, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden. O presidente também havia sido incluído na lista dos cem mais influentes em 2019. Dilma Rousseff foi citada em 2011 e 2012, e o ex-presidente Lula em 2004 e 2010.
AGRO NÃO INCLUI DROGA
Em conversa em frente ao Palácio da Alvorada o presidente Jair Bolsonaro comentou um projeto de lei que regula o plantio de canabidiol para fins medicinais. Em resposta a uma apoiadora, que apelou contra o texto, Bolsonaro respondeu: “comigo não tem liberação de droga nem plantio, tá? Fica tranquila. O agronegócio não inclui maconha, não”. De autoria do deputado Fábio Mitidieri (PSD-SE), a matéria está em discussão na Câmara e permite as atividades de cultivo e processamento de produtos à base de Cannabis, a popular maconha.