Professor dopava alunos, abusava e mandava fotos pra site pornô; 11 vítimas

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Rafael Medeiros, da Redação

Ligação do falso professor de escolinha de futebol com rede de pedofilia também é investigada pela Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança (Deddica). Clemente Borges Aranha, 31 anos, obrigava os alunos, durante as viagens, a tomar um comprimido afirmando que seria para relaxar e dormir bem, melhorando o empenho no jogo no dia seguinte.

Com este medicamento, todos caiam em sono profundo. A suspeita é que muitos teriam sido abusados ou fotografados sem saber e tiveram as imagens compartilhadas em redes de pedofilia. Até o fechamento desta matéria (19), onze vítimas tinham confirmado os abusos e uma chegou a mencionar que em uma viagem o professor disse que tinha uma arma de fogo.

O Site O Bom da Notícia teve acesso a algumas mensagens enviadas por Clemente a uma criança de 11 anos, que chegou a ser abusada sexualmente pelo treinador de futebol, que atuava na escolinha CEFAANS no bairro Três Barra em Cuiabá.

O acusado usava o nome de “Willian”, ele teve a prisão preventiva cumprida na última segunda-feira (17),  por policiais da Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente (DEDDICA).

Após audiência de custodia realizada na tarde da última terça-feira (18), Clemente foi encaminhado ao Centro de Ressocialização de Cuiabá, presídio Carumbé, onde “aceitou Jesus” com membros da Assembleia de Deus em uma cela evangélica.

Em uma das mensagens enviadas que a reportagem teve acesso, Clemente diz: “Em manda foto aí, pois preciso acompanhar seu crescimento. foi nosso combinado. Manda rapidão, tira no banheiro mesmo, vira o celular pra você”.

Em outra conversa o aluno mostra um short ao professor, porém o treinador pede que ele tire fotos de cueca. Após o menor atender a solicitação do pedófilo, ele confirma a entrada da criança no clube.

No celular do acusado, haviam vídeos de pornografia envolvendo crianças e adolescentes, que resultou em mais um flagrante pelo artigo 241 B da Lei 8069/90.

Os abusos ocorriam principalmente nas viagens que o treinador fazia com os menores, com idades entre 8 e 16 anos. Ele justificava o abuso dizendo que melhorariam o empenho dos jovens nas partidas.

Ele passava um produto, conhecido como “dotorzinho”, na genitália das vítimas e depois fazia sexo oral nelas. Também obrigava os jovens a se masturbarem e filmarem o ato, encaminhando as imagens para o celular dele. Várias destas imagens estão no celular do suspeito, que será periciado.

A advogada Joana Amábile Moro acompanha a família das duas vítimas que confirmaram os crimes. Segundo ela, os adolescentes mudaram o comportamento e disseram que não queriam mais participar dos treinos, levantando suspeitas. Ela conversou com outros alunos que temem denunciar o treinador, acreditando que ele não ficará preso e poderá se vingar.

Falso

O Conselho Regional de Educação Física da 17ª Região assegura que Clemente não tem graduação, tão pouco é credenciado junto ao Conselho, o que lhe impede de exercer a função.

A Defesa

Por telefone, o advogado dele, Ronilto Rodrigues Gonçalves, alega que as acusações partiram de uma mãe que se sentiu rejeitada pelo professor e garante a inocência. Quanto às imagens no celular, diz que a apreensão do aparelho foi ilegal. O defensor apresentou em juízo, na audiência de custódia, um abaixo assinado com o nome de 24 pais de alunos que apoiam o acusado. Dizem que é disciplinador e rígido e que obriga os meninos a estudar, querendo o melhor deles. A prisão foi mantida.

A Polícia Civil suspeita de que foram dezenas de alunos que sofreram abusos sexuais por parte do professor e solicita que as mães dessas eventuais vítimas procurem a Deddica (Av. Dante Martins de Oliveira, s/nº. (anexo ao Complexo Pomeri) Planalto – Cuiabá / MT.3901-5700) para efetivar a denúncia, por meio de boletim de ocorrência.

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