As 48 meninas atendidas pelo programa Siminina da unidade do Sucuri (zona rural da Capital), foram contempladas com uma tarde cheia de musicalidade nesta quarta-feira (21). Ao som do Siriri, as meninas assistiram a uma graciosa apresentação do tradicional grupo Flor Ribeirinha, que entoaram cinco belas canções, contagiando a plateia.
O evento marca o início da programação interativa do Siminina, que tem por objetivo desenvolver as habilidades socioemocionais, cognitivas, sensório-motoras e de comunicação das meninas. Segundo a coordenadora do programa, Dalma Beatriz Monteiro, a ideia é envolver cada vez mais as simininas no contexto cultural local, despertando nelas o interesse pelas artes, dança e música, de maneira que o processo educacional seja aplicado em conjunto com esta base e ajude-as no aprendizado.
“Estamos buscando promover uma transformação nessas atividades extraclasse que as meninas recebem. Desmistificar que estudar é pesado, maçante, tem sido nosso desafio dentro do contexto atual, pois existe toda uma cultura enraizada, e a inclusão de um trabalho com arte, desperta o olhar das meninas para uma realidade nova, onde elas começam a acreditar que têm potencial e podem promover as mudanças necessárias para uma vida com mais qualidade”, disse Dalma.
A coordenadora também destacou a importância do trabalho do Flor Ribeira para o processo de inclusão social das pessoas em vulnerabilidade. “Um grupo com uma linda história de luta e perseverança, que representa tão bem nossa cultura. Além disso, o grupo ainda tem à frente uma mulher guerreira, a Domingas, um reflexo de confiança e determinação. Creio que melhor exemplo de superação não há, para auxiliar no processo de transformação de vida das meninas. Agradeço em nome da primeira-dama Márcia Pinheiro e toda equipe Siminina, pela disposição de todos em proporcionar este momento maravilho à nossas pequenas”, ressaltou.
Para a líder do grupo, a dona Domingas Leonor, participar desses momentos só engrandece a história do Flor. Domingas, que completou mais um ano de vida nesta quarta-feira, contou às meninas um pouco de sua caminhada e como venceu os obstáculos encontrados durante sua trajetória.
“Poder estar aqui, hoje, é de uma alegria imensurável. Olho para cada rostinho e me vejo neles. Poder proporcionar estes momentos para elas só confirma que valeu a pena ter lutado, enfrentado tudo nesta vida. A caminhada foi árdua, cheia de espinhos, mas não desisti. Perseverar diante dessas dificuldades, mostra para a vida que você não tem medo das derrotas, pois são elas que nos dignificam para a vitória. Então, nós, do Ribeirinha, é que agradecemos por mais essa oportunidade”, destacou Domingas.
Além de assistirem à apresentação, as meninas também interagiram com os integrantes do grupo. Na ocasião, elas cantaram e dançaram os acordes da viola de cocho, no ritmo da famosa música “Nandaia Nandaia”. Quem estava no meio do agito, toda sorridente, foi a siminina Rosimeire Gomes, de 12 anos. A estudante do 7º ano do ensino médio disse que as atividades extraclasse que está recebendo vem auxiliando no seu desenvolvimento escolar e que a musicalidade do Flor despertou nela uma sensação de querer estar em um contexto de vida melhor.
“Tenho gostado muito de estar aqui no programa. Me sinto feliz quando converso com minhas colegas, faço as atividades. Isso me faz chegar em casa mais calma. Quando vi o grupo, me encantei com as cores e maneira que todos dançam. São animados, simpáticos. Me imaginei ali dançando com eles,” expos Rosimeire.
A apresentação do Flor Ribeirinha continua durante esta semana. Nesta quinta-feira (22) a dança e musicalidade vai contemplar a unidade do distrito da Guia e na sexta-feira (23) no Jardim Fortaleza, a partir das 15 horas.