Sete desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso completam neste mês de dezembro 35 anos de magistratura. Luiz Carlos da Costa (12/12), Márcio Vidal (12/12), Maria Aparecida Ribeiro (12/12), Carlos Alberto Alves da Rocha (13/12), Pedro Sakamoto (16/12), Rondon Bassil Dower Filho (18/12) e José Zuquim Nogueira (20/12), compõem um seleto grupo de magistrados que tomou posse como juiz substituto de Direito em dezembro de 1985 e hoje ocupa o mais alto cargo da Justiça Estadual.
Um dos primeiros a tomar posse naquele ano, Luiz Carlos da Costa, antes de ser aprovado no concurso público da magistratura e iniciar suas atividades na comarca de Alto Araguaia, atuou como advogado de 1982 a 1985. Depois de Alto Araguaia passou por Diamantino, Barra do Garças, Rondonópolis e Cuiabá. Foi promovido por antiguidade ao cargo de desembargador em 31 de agosto de 2011.
Também empossado em 12 de dezembro de 1985, o desembargador Márcio Vidal jurisdicionou nas comarcas de Barra do Bugres, Várzea Grande, Rondonópolis e Cuiabá. Nesses 35 anos, o desembargador chama a atenção para o avanço da tecnologia e a sociedade mais complexa. Por esses motivos, fala da importância de o profissional continuar buscar conhecimento, a fim de estar mais motivado e preparado para o exercício da sua função. Ao olhar para trás, Márcio Vidal observa ter sido gratificante ter dedicado mais de três décadas de sua vida à magistratura e que apesar das dificuldades da carreira, teve fé em Deus e viveu bons momentos. “Trinta e cinco anos não são 35 dias, são 35 voltas do planeta Terra no sistema solar”.
Maria Aparecida Ribeiro, a única representante feminina nesse seleto grupo, após ser empossada atuou nas comarcas de Nova Xavantina, Itiquira, Rondonópolis, Várzea Grande e Cuiabá “Tracei metas e consegui realizá-las. Hoje vivo a magistratura de forma plena e feliz. Por todos estes anos contei com o apoio da minha família, meu porto seguro. Não tenho dúvidas de que foram tempos difíceis, mas abençoados. O amor e zelo pela magistratura me fizeram superar os desafios impostos pela carreira. Por isso, com sentimento de gratidão por fazer parte da grande família do judiciário mato-grossense, há 35 anos, de zelar por cidadãos e seus direitos, que agradeço a Deus e a todos que durante esses anos estiveram comigo na luta por um judiciário forte, respeitado”.
O atual presidente do TJMT, desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha faz parte da mesma turma, tendo tomado posse um dia depois, 13. Aprovado para o cargo de juiz substituto, passou pelas comarcas de Nortelândia, Arenápolis, Porto dos Gaúchos, Juara, Nobres, Rosário Oeste, São José do Rio Claro, Cuiabá, Sinop e Diamantino. Para ele, comemorar esses 35 anos é uma vitória, tanto por estar fazendo na vida o que sempre desejou quanto por estar fazendo justiça e solucionando conflitos. Quanto ao fato de estar ocupando o cargo de presidente ao comemorar essa data, o desembargador considera mais um motivo a comemorar, por ter atingido o ápice da carreira. “Demorou, mas cheguei lá”.
Outro integrante da turma, Pedro Sakamoto tomou posse em 16 de dezembro de 1985 e iniciou a carreira em São Félix do Araguaia. Na sequência, jurisdicionou em Diamantino, Barra do Garças e Cuiabá, antes de ser promovido a desembargador, em 31 de agosto de 2011. Sakamoto, que na juventude sonhava em fazer Engenharia, diz se sentir realizado profissionalmente por atingir o ápice da carreira da magistratura, como desembargador. “E um momento de rememorar e de agradecer a todos que estiveram ao meu lado em minha jornada e que continuam me apoiando na entrega da prestação jurisdicional”.
Ao tomar posse no dia 18 de dezembro de 85, Rondon Bassil Dower Filho foi designado para a Comarca de Poxoréo. Em seguida atuou nas comarcas de Barra do Bugres e Barra do Garças, jurisdicionando na Justiça Comum e Juizado Especial até o início de 1993, quando foi promovido por antiguidade para a Capital. Em 2012, ascendeu ao Tribunal. Para ele, é uma vitória permanecer tanto tempo prestando serviços à população e, mais especificamente ao Poder Judiciário. “Quando a gente gosta do que faz, todo dia é feriado”. Para ele, esses 35 anos passaram muito rapidamente. “Não consigo imaginar quão rápido foi esse período que eu dediquei a minha vida à administração da justiça”, salientou.
O último do grupo a tomar posse, no dia 20 de dezembro, José Zuquim Nogueira ingressou na magistratura como juiz substituto da Comarca de Porto dos Gaúchos, jurisdicionando a Comarca de Juara cumulativamente. Atuou depois em Sinop, Cáceres e Barra do Garças. Hoje, aos 67 anos de idade e mais da metade da vida como magistrado, o desembargador José Zuquim olha pra trás e reconhece que a experiência foi gratificante, mas que hoje tudo é mais fácil em razão da evolução tecnológica. “Minha primeira comarca foi Porto dos Gaúchos, na época não tinha telefone e a comunicação era feita via rádio, pelo Banco do Brasil. Não tínhamos nada, apenas uma vontade imensa de cumprir o nosso papel. Naquela época, o juiz era também promotor, delegado e até padre, fazia de tudo”, lembra Zuquim.
O desembargador lembra dos tempos difíceis, quando ele chegou com a família em Porto dos Gaúchos e os filhos contraíram varicela. “Não havia acesso a médicos e hospitais, achei que perderia meus filhos. Passei por várias comarcas, Sinop, Cáceres, Barra do Garças, Rondonópolis e finalmente Cuiabá. Conheci o Estado de ponta a ponta. Acompanhei o crescimento de Mato Grosso e da magistratura. Hoje temos o PJe e estamos todos ligados pela internet, tudo está mais fácil”. “Só tenho a agradecer a Deus e ao Poder Judiciário pela oportunidade”, disse o magistrado, que agora terá o desafio de assumir o primeiro cargo administrativo no TJMT, como corregedor.
Da redação com Nadja Vasques do TJMT