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sexta-feira, maio 3, 2024
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    Senador de MT defende adiamento das provas do Enem e das eleições

    Novo calendário de provas vai promover justiça social e prorrogação
    eleitoral para 2022 garantirá investimentos de R$ 6 bi no combate ao
    novo coronavírus

    “O Brasil e o mundo foram paralisados pela pandemia da Covid-19:
    inúmeras atividades precisaram rever seus prazos e alterar seus
    calendários por força maior”. Com essa observação, o senador
    Wellington Fagundes (PL-MT), líder do Bloco Parlamentar Vanguarda,
    voltou a defender, em pronunciamento da tribuna virtual do Senado, o
    adiamento do calendário de provas do Exame Nacional de Ensino Médio
    (Enem) e também uma redefinição sobre as eleições previstas para
    outubro deste ano.

    No caso do Enem, Wellington relatou que os estudantes, principalmente
    alunos das escolas públicas das periferias, foram negativamente
    afetados com a inevitável suspensão das aulas. Segundo ele, muitos
    daqueles que estavam se preparando para enfrentar o Enem em novembro
    próximo, “não têm acesso à internet para prosseguir seus estudos a
    distância, muito menos dinheiro para pagar professores ou aulas
    particulares”.

    Essa situação atual, de acordo com Fagundes, “inviabiliza totalmente o
    princípio da igualdade de oportunidades”, fato que já foi reconhecido
    pelo próprio Tribunal de Contas da União em recente manifestação ao
    Ministério da Educação (MEC). Até agora, o ministro Abraham Weintraub
    tem se mostrado irredutível pela manutenção das datas do exame. A
    grande maioria dos senadores já se manifestou também favorável ao
    adiamento das provas do Enem.

    “Tanto na vida do indivíduo quanto na das nações, a atitude mais
    recomendável, mais madura, mais honesta no enfrentamento das grandes
    crises é o realismo.  Como ensina a boa e velha sabedoria popular, não
    adianta tapar o sol com peneira” – disse, com efeito.

    Da mesma forma, Fagundes destacou a questão das eleições, previstas
    para outubro. Para ele, existe três crises conjugadas neste momento
    que indicam a necessidade de alterar o calendário eleitoral: a crise
    sanitária, econômica e política. Segundo ele, está “cada vez mais
    clara a inviabilidade de se manter a data de outubro deste ano para as
    eleições municipais”.

    Segundo o senador, “o imperativo de salvar vidas e proteger a saúde da
    população” contra a pandemia da Covid-19 “se sobrepõe a qualquer outra
    prioridade, a qualquer cronograma”. Ele destacou que deve concluir nos
    próximos dias a coleta de assinatura para apresentar Proposta de
    Emenda à Constituição que prolonga por dois anos os mandatos de
    prefeitos e vereadores eleitos em 2016, de modo a tornar gerais, a
    partir de 2022, os pleitos para presidente da República, governador,
    deputados federal e estadual — todos na mesma data.

    Para ele, se aprovada e promulgada, esta proposição trará efeitos
    benéficos a curto e longo prazo. A começar permitindo que os recursos
    públicos que estavam destinados à Justiça Eleitoral e ao Fundo
    Eleitoral neste ano sejam redirecionados para enfrentar a doença pela
    União, pelos Estados e municípios. Wellington calcula que seriam
    economizados, neste momento, em torno de R$ 6 bilhões para
    investimentos no combate à pandemia. “Para o esforço de salvar vidas,
    que é nossa maior prioridade” – completou.

    A longo prazo, ele destacou, prevenirá dificuldades financeiras e
    administrativas decorrentes das frequentes suspensões de
    transferências de recursos aos Estados e municípios, a cada dois anos,
    que acontece em vários meses antes dos pleitos municipais e gerais.
    “Essas interrupções passariam a ocorrer em intervalos mais espaçados,
    de quatro em quatro anos” – frisou.

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