Secretaria alerta que a prevenção e o tratamento da doença são realizados apenas pelo SUS

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Divulgação

O dia 24 de março é alusivo ao combate mundial da tuberculose, porém, a prevenção e o tratamento são realizados diariamente nas unidades públicas municipais de saúde. A prevenção é realizada ao nascer com a vacina BCG para crianças menores de um ano e com até quatro anos e onze meses e vinte e nove dias de vida.

O tratamento da tuberculose também é realizado somente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), na rede municipal de saúde, e dura seis meses, sendo divido em duas etapas; a primeira de dois meses com o fornecimento de quatro tipos de medicamentos (Rifampicina, Isoniazida, pirazinamida e Etambutol) e, a segunda fase, que é de quatro meses, chamada fase de manutenção, quando são fornecidos outros dois tipos de medicamentos. Esses medicamentos podem ser encontrados apenas na rede básica de saúde (USF, Centro de Saúde, ambulatório das Policlínicas e nos hospitais públicos).

Os medicamentos são fornecidos pelo Ministério da Saúde e a distribuição aos municípios é feita pela Secretaria de Estado de Saúde. A Superintendência de Vigilância em Saúde informa que a distribuição está regular e que tem medicamentos à disposição para o tratamento gratuito, pelo SUS. “Esses medicamentos não são vendidos em farmácias particulares e o tratamento não é feito em unidades de saúde particulares”, ressaltou Lúcia Dias, da área técnica da tuberculose da SES/MT.

O diagnóstico da tuberculose também é feito na rede pública de saúde, por meio do exame chamado baciloscopia, que é a coleta de escarro.

A eficácia do tratamento é atestada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela Organização Pan Americana de Saúde e, a meta no mundo até o ano de 2035, é a notificação de apenas 1 caso por 100.000 habitantes.

A proliferação da doença depende principalmente do tratamento completo de seis meses, sem interrupção e sem abandono. O paciente que abandona o tratamento coloca em risco a sua vida e a vida de outras pessoas, enfatizou Lúcia Dias.

O Brasil ocupa a 18º lugar entre os 22 países com a maior carga bacilar, com uma incidência de 33,5/100.000 habitantes.

Em Mato Grosso existem 89 casos notificados e confirmados para drogaressistente (TBDR) e um caso extremamente resistente (XDR), estando em 13 Escritórios Regionais de Saúde, sendo que Cuiabá e Várzea Grande têm o maior número de casos.

De acordo com dados do SINAN – Sistema Nacional de Registros de Agravos de Notificação Compulsória, Mato Grosso apresenta uma cura de 61,0%, quando o previsto é de 85%; o índice de abandono do tratamento também é preocupante, 8,2% sendo que o aceitável é 5% e a quantidade de pessoas que morreram por causa da doença é de 2,7%, ou seja, 34 pessoas que tiveram um diagnóstico tardio da tuberculose, não conseguindo reverter o quadro.

Em 2017 foram notificados 1.265 casos novos da doença, colocando o Estado no sétimo lugar no ranking nacional, com incidência de 38,3/100.000 habitantes. O município de Peixoto de Azevedo tem a maior incidência que corresponde a 123,1 por 100.000 habitantes. A população indígena da região é a mais vulnerável à doença.  A população indígena representa 7% da população vulnerável, seguida das pessoas privadas de liberdade que representa 12%. Os moradores de rua e os profissionais de saúde correspondem cerca de 2% do total de casos notificados.

A Vigilância Epidemiológica destaca a existência de 34 municípios com incidência acima da média do país, com 37 municípios silenciosos, ou seja, sem registro de caso no ano de 2017, sendo que o Estado é endêmico para a doença.

Com relação a faixa etária dos pacientes cadastrados essa se divide em 49 casos que representa 4,0% do total de casos em menor de 15 anos e em maior de 15 anos 1.158 que representa 92,7% do total de notificações no SINAN/SESMT em 2017.

Juntos pelo fim da tuberculose

A prevenção da tuberculose é uma prioridade para a Secretaria de Estado de Saúde e para intensificar as ações preventivas está firmando parceria com outras áreas do governo e com os municípios. Um calendário de palestras e visitas técnicas está sendo realizado entre a SES/MT e a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos e com os municípios onde estão instaladas as unidades prisionais. Nessas ações, detentos (as) e seus familiares e os servidores recebem palestras educativas sobre a tuberculose. A ação conjunta também visa a realização de busca ativa de novos casos da doença, além do monitoramento dos serviços de controle e vigilância da tuberculose.

De acordo com a Coordenadora de Vigilância Epidemiológica, Alessandra Moraes, todos os municípios foram orientados pelo governo do Estado a intensificar as ações preventivas e de busca ativa de pessoas com a doença, além de priorizar a ampla divulgação de informações sobre a tuberculose para os moradores de cada região.

“Essas parcerias são fundamentais para reverter esse quadro atual no qual nos encontramos. A situação é preocupante devido à redução significativa na detecção de casos de tuberculose, assim como no alcance de cura dos casos em tratamento”, ressaltou Alessandra Moraes.

A tuberculose é transmitida pelo ar de pessoa para pessoa, através da fala, do canto, e da tosse, portanto, os principais sintomas são: tosse há mais de três semanas (sintomático respiratório); emagrecimento (grande quantidade de perda de peso); febre ao entardecer e sudorese noturna.

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