Samba, literatura e inovação: “Me Conta, Brasil” destaca turismo cultural

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Novo episódio do programa apresenta roteiros inovadores que unem música e literatura, além de iniciativas do Governo Federal para atrair turistas estrangeiros
No 37º episódio do “Me Conta, Brasil”, o turismo cultural foi o tema central, com destaque para duas rotas que oferecem experiências únicas no Rio de Janeiro: a Rota do Samba e a Rota Literária. O programa também abordou estratégias inovadoras da Embratur para promover o Brasil no cenário internacional e atrair um turismo mais consciente.

O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, e o diretor de Marketing Internacional Bruno Reis, foram os convidados e listaram ações conectadas ao afroturismo, a inovação tecnológica e o turismo internacional.

Nos primeiros oito meses deste ano, o turismo internacional movimentou mais de R$ 26 bilhões no Brasil, o maior valor registrado nos últimos 30 anos. O número de turistas estrangeiros cresceu 12% em comparação ao mesmo período do ano anterior, que já havia apresentado resultados expressivos.

“A gente vai bater o recorde de turistas. Já batemos o de receita, com 6.9 bilhões de dólares no ano passado. Não tem nenhum produto de exportação que arrecadou isso, nenhum. Estamos num momento muito bom. O que queremos é transformar esse momento em tendência para que isso fique permanentemente como política pública”, afirmou Marcelo Freixo.

ROTA DO SAMBA — Lançado pela Embratur em parceria com o Sebrae, o projeto promove o turismo musical por meio do samba e impulsiona a cultura local. O Rota do Samba reúne roteiros temáticos com ferramentas interativas que ampliam a visibilidade desses territórios. A iniciativa também capacita guias e estudantes de turismo. “A Rota do Samba está dentro de um projeto maior, o Afroturismo, que é importante dizer, que nunca foi um produto bem trabalhado no Brasil e é uma das grandes identidades que a gente tem”, destaca Freixo.

DIVERSIDADE – Bruno Reis destaca que essa é uma das funções da Embratur: organizar e qualificar as informações para o turista estrangeiro e para o brasileiro. “A diversidade cultural é muito buscada pelos turistas internacionais no Brasil. Então, esse projeto é importante porque a gente consegue organizar a informação para o turista internacional. É um pouco desse nosso trabalho também de qualificar a melhor informação e dar acesso a esse turista internacional e para o brasileiro também conhecer sobre esse produto”, disse Reis.

ROTA LITERÁRIA — Outra novidade apresentada foi a Rota Literária, que leva os visitantes a conhecerem lugares frequentados por escritores como Machado de Assis e Lima Barreto. O visitante percorre um roteiro por meio de um aplicativo de celular com georreferenciamento. “Você vai caminhando e tem um guia referenciado, um mapa e você tem um audioguia que vai te determinando o que personagem viveu ali, o que aconteceu, de qual obra”, explica Freixo. “Tem um monte de ruas que a gente passa o tempo inteiro e que elas podem ser resgatadas a partir de personagens incríveis da literatura. Você está falando de Machado de Assis e Lima Barreto, dois autores negros”, enfatiza o presidente da Embratur.

CLARICE E CORA – Ele destaca que também há a possibilidade de incluir escritoras nas rotas. “Tem Clarice Lispector, Cora Coralina, um monte de possibilidades. Tem literatura amazônica, literatura indígena. Você abre caminho para essa tecnologia que, hoje, pode usar o celular e nos levar a um conhecimento, a uma literatura, a um lugar que permite um outro produto que esse turista, a princípio, não conhece”, completa Marcelo Freixo.

ESTRATÉGIAS — Para a promoção do Brasil no exterior, Bruno Reis apresentou a “Galeria Visit Brasil – Amazônia”, feita em Nova Iorque no mês de setembro, que integra as iniciativas para apresentar o Brasil ao mundo. Foram destacadas as riquezas da Amazônia e a sustentabilidade de vida das comunidades dessa região.

OBRA DE ARTE – “O conceito é que o Brasil é uma verdadeira obra de arte. A gente leva a experiência imersiva para galerias de arte no mundo todo. A estratégia da Amazônia para 2024 foi bastante potente e assertiva no mercado norte-americano. A gente levou não só a galeria que mostrou gastronomia, festival de Parintins e a potência desse bioma, mas despertou para a consciência da própria floresta”, explicou Bruno. Ele ressalta que os Estados Unidos é o segundo país que mais consome produtos turísticos brasileiros. De janeiro a setembro, mais de 1,5 milhão de norte-americanos visitaram o Brasil e a expectativa é de que esse número cresça no próximo ano.

REGENERATIVO — Além das rotas culturais, que usam tecnologias como aplicativos e mapas interativos, também foram apresentadas estratégias como o turismo regenerativo, que alia a preservação à experiência turística. Os convidados destacaram, por exemplo, o “Onçafari”, no Pantanal, que permite acompanhar a vida e a preservação das onças pintadas. “Você vai no Pantanal, no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul, especificamente. Muitos turistas procuram por esse tipo de safári no Brasil, porque conseguem observar a fauna, ver as onças vivendo. É um projeto que a gente apoia, que ajuda a proteger, porque elas são uma espécie ameaçada de extinção”, diz Bruno. Freixo complementa: “O objetivo da visita desse turista não é ameaçar a onça, é fazer com que a cada ano que ele venha exista um número maior de onças em condições melhores. Então é outra lógica do turismo, e é esse turismo que a gente quer, esse turista”.

PREVISÕES PARA 2025 — A expectativa é de que seja lançado um novo plano internacional de marketing do Brasil, elaborado com participação social. Além do fortalecimento de campanhas globais, haverá a integração do mercado audiovisual ao turismo, divulgando os cenários naturais do país. “A gente quer apresentá-lo em maio para a sociedade. A diferença do Plano Aquarela para o que a gente está construindo é que ele está colaborativo. A sociedade tem atuado em conjunto com a Embratur para que a gente consiga entender qual é essa nova imagem do Brasil no exterior, qual é a nossa brasilidade”, afirma Bruno Reis.

MAIOR POTENCIAL – Para o aumento nos números de turistas no país nos últimos dois anos, o diretor de Marketing Internacional destaca a filiação do Brasil a entidades internacionais de turismo, além da atuação em nações de grande potencial. “Hoje, a Embratur atua em mais de 20 países estratégicos para tentar atrair mais turistas internacionais. O que a gente vê hoje é resultado do nosso esforço dos últimos dois anos de domingo a domingo, como a gente costuma dizer: o turismo no Brasil não para”, destaca.

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