Projeto ambiental de escola estadual se torna referência e pode virar lei em Várzea Grande

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Da redação (com informações da assessoria)

 

 

 

Um projeto de coleta de óleo de cozinha, iniciado na Escola Estadual Dunga Rodrigues, no bairro Parque do Lago, em Várzea Grande, e que virou solução para o descarte correto do produto, foi tema de um projeto de lei na Câmara de Vereadores e poderá ser implantado nas escolas municipais daquela cidade. Com isso, a Escola Dunga Rodrigues se transforma em referência na preservação ambiental.

O projeto, denominado Ecooleo, consiste na coleta do produto, feita pelos alunos, e repassado para uma empresa recolhedora que, por sua vez, o revende para uma indústria de processamento de biodiesel instalada no município. Do valor pago pelo óleo, a empresa coletora destina 30% para a escola que investe em melhorias na própria unidade.

Segundo o ex-diretor da escola, o professor de geografia Márcio José Pereira, o projeto foi discutido em novembro de 2017 e em junho do ano seguinte já estava funcionando. No primeiro momento, o projeto rendeu mais de 300 litros de óleo coletado e revendido.

Muito mais que recolher óleo e garantir um recurso extra para a escola, o Ecooleo é uma solução ambiental, uma vez que o óleo de cozinha descartado traz muitos problemas e prejuízos ao meio ambiente.

Um dos coordenadores do projeto, o professor doutor em Educação Ambiental, João Marcos Coelho, explica que poucas pessoas fazem ideia do dano ambiental que o descarte incorreto do produto ocasiona. “Quando o óleo de cozinha é jogado na pia, ele adere a tubulação, entope os canos e produz gás metano. Se for descartado no solo, o deixa impermeabilizado. Jogado no rio, o óleo impede a entrada dos raios solares”, explica.

João Marcos acrescenta que um litro de óleo descartado de forma incorreta no meio ambiente contamina entre 20 a 25 mil litros de água. “Uma poluição que atinge o solo, água e o ar”.

Os alunos levam para a escola o óleo em garrafas PET em determinado período de coleta, pois a empresa que compra o produto exige uma quantidade mínima de 100 litros. Além disso, as embalagens de garrafas PET ficam na escola e são reaproveitadas.

Para motivar os alunos, os professores fazem gincanas para premiar as salas que conseguem fazer uma coleta maior. “No ano passado, numa das gincanas tivemos um aluno que conseguiu, sozinho, trazer 150 litros de óleo. Um recorde”, comemora Márcio Pereira.

No primeiro bimestre deste ano, na primeira coleta, o estudante Bruno da Silva, do 9º ano, foi o vencedor individual ganhando um fone de ouvido. Na última sexta-feira (03.05), o aluno Jonathan Rodrigues, do 6º ano, trouxe duas garrafas com dois litros. Ele explica que estava armazenando o óleo desde o ano passado. “Peguei mais com minha tia. Fico feliz em saber que ao trazer o óleo para a escola estou colaborando com o meio ambiente”.

Tema Transversal

Dentro do Projeto Ecooleo, o tema é trabalhado de forma transversal – os professores de cada área de conhecimento abordam conforme a disciplina. “O foco do nosso projeto não é o lucro com a venda do óleo e sim a conscientização ambiental”, esclarece o professor doutor.

O Projeto ganhou tamanha dimensão que a professora mestre Rúbia Coelho, que trabalha na escola, está fazendo uma tese de doutorado. “É um dos três melhores projetos levados até a Universidade de Assunção (Paraguai) onde curso o doutorado”, ressalta. Ela lembra que também levou o projeto até as duas faculdades particulares onde leciona.

O projeto de lei é de autoria do vereador Fábio Tardin e será apresentado na Câmara de Vereadores em audiência realizada nesta quinta-feira (09.05), às 8h30.

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