O ex-presidente e atual secretário do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), professor Henrique Lopes, classificou a tentativa do governo de sensibilizar a categoria, através de uma carta, para encerrar a greve, que dura mais de 70 dias, como desnecessária.
Para ele, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), após a decisão Judicial que declarou abusividade do movimento e a orientação da Procuradoria Geral do Estado (PGE) sobre a instauração de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para que a pasta adote providências administrativas que pode resultar em exoneração, vêm tentando esvaziar o movimento com ‘ameaças’, mas, segundo o professor, os servidores estão conscientes de que estão lutando pelos seus direitos.
“Eu acho uma carta desnecessária. Quem está no movimento de greve está consciente de que está lutando pelos seus direitos, então é uma carta que tem pelo menos um ponto de positivo na carta, na minha leitura, que inclusive esclarecer aos trabalhadores que a ameaça irresponsável colocada pelo governo sobre a exoneração dos trabalhadores ela não se dá assim de forma unilateral de imediata como o governo pensa”, disse Henrique Lopes em entrevista ao ‘O Bom da Notícia’.
Segundo o sindicalista, o movimento não é ilegal e ressaltou que apenas proposta concretas encerra a greve.
“Nós estamos no estado democrático de direito e ninguém aqui está cometendo um crime, nós estamos exercendo um legítimo direito de greve assegurado pela Constituição Federal”
“Nós estamos no estado democrático de direito e ninguém aqui está cometendo um crime nós estamos exercendo um legitimo direito de greve assegurado pelo artigo nono da Constituição Federal nós temos toda a tranquilidade de que ninguém será exonerado por estar exercendo um direito legal estabelecido pela Carta Maior que é a Constituição”, acrescentou.
A secretária de Educação, Marioneide Angelica Kliemaschewsk, encaminhou uma carta aos gestores das escolas da rede estadual de ensino pedindo para que sensibilizassem e retornassem as atividades escolares.
A gestora cita que a paralisação já perdura por mais de 70 dias e preocupa a sociedade em relação às implicações do movimento. Ela ainda destacou a decisão judicial e uma orientação da PGE de que a Seduc pode adotar providencias administrativas caso a categoria não encerre a greve.
“Desta feitam cabe à esta Secretaria o cumprimento das decisões ora formalizadas, bem como, a informação sobre os procedimentos a serem adotados pelas unidades escolares que retornarem à atividade. […] Diante desse cenário e da impossibilidade de ignorarmos às determinações legais que competem à pasta, conclamamos todos os gestores e equipes pedagógicas das unidades paralisadas a refletirem sobre as possíveis consequências que se desenham para o quadro dos profissionais da educação do Estado”, destacou.
Assembleia
A direção do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) agendou para sexta-feira (9) uma nova assembleia geral desta vez para avaliar a última proposta apresentada pelo governador Mauro Mendes (DEM) com objetivo de colocar fim à greve geral da categoria.
No documento, Mauro afirma que todo espaço fiscal aberto, não ultrapassando o limite de gastos com pessoal no patamar de 49% da receita corrente líquida (RCL), no exercício de 2020, será usado para concessão da Revisão Geral Anual (RGA) e dos aumentos remuneratório já concedidos por lei.
Veja a carta de sensibilização da Seduc aos gestores das escolas da rede estadual de ensino.
Fonte: O Bom da Noticia Foto: Sintep