Presidente da ALMT diz que deixou sociedade de empresa em 2012 após descobrir esquema de propina no Detran

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O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Eduardo Botelho (PSB), afirmou, nesta terça-feira (20), que deixou, em 2012, a sociedade da empresa Santos Treinamento depois de descobrir um esquema de propina com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT). A empresa, segundo o Ministério Público Estadual (MPE), foi usada para lavagem de dinheiro público.

A suposta fraude é investigada na Operação Bereré, deflagrada na segunda-feira (19).

São investigados, além do presidente da ALMT, o deputado estadual Mauro Savi (PSB), o ex-deputado federal Pedro Henry e o ex-presidente do Detran-MT, Teodoro Lopes, o Dóia. Botelho e Savi são apontados pelo MPE como chefes do esquema.

Mauro Savi diz que irá prestar todos os esclarecimentos à Justiça. Botelho, que se elegeu em 2014 e iniciou o mandando no Legislativo estadual em 2015, negou as acusações.

Esquema teria desviado dinheiro do Detran-MT (Foto: Rafaella Zanol - Gcom/MT)Esquema teria desviado dinheiro do Detran-MT (Foto: Rafaella Zanol - Gcom/MT)

Esquema teria desviado dinheiro do Detran-MT (Foto: Rafaella Zanol – Gcom/MT)

Ele alega que deixou a sociedade da Santos Treinamento, em julho de 2012.

“Quando entrou o governo Silval houve uma pressão muito grande e parte da empresa foi passada para um representante dele. Nesse momento, soube que havia pagamento de propina, me senti mal com isso e deixei a empresa”, afirmou.

A participação na empresa como investidor foi classificada por Botelho como um ‘erro’.

“Foi um erro que cometi na minha vida e isso vem me atormentando até hoje e está causando transtornos para mim e para minha família”, declarou.

A Santos Treinamento, de acordo com inquérito do MPE, recebeu “vultuosos montantes” da EIG Mercados Ltda (atual FDL Serviços de Registro, Cadastro, Informatização e Certificação Ltds), contratada para a prestação de serviços no Detran-MT.

A empresa, entretanto, não tinha nenhum empregado ativo no quadro de funcionários e nunca apresentou despesas com aluguel, energia elétrica, água, telefone, contador, impostos e outros gastos.

“Todas essas circunstâncias são típicas das chamadas empresas fantasmas, que são utilizadas, exclusivamente, para a prática de crimes de forma a ocultar os verdadeiros criminosos”, diz o MP.

Operação Bereré

Operação Bereré cumpriu mandados em Cuiabá, Sorriso, a 420 km de Cuiabá, e Brasília, pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e pela Polícia Civil, contra desvio de verba do Detran.

Operação Bereré no Edifício Campo D'ourique no Santa Rosa, em Cuiabá (Foto: Tiago Terciotty/TV Centro América)Operação Bereré no Edifício Campo D'ourique no Santa Rosa, em Cuiabá (Foto: Tiago Terciotty/TV Centro América)

Operação Bereré no Edifício Campo D’ourique no Santa Rosa, em Cuiabá (Foto: Tiago Terciotty/TV Centro América)

Foram cumpridos mandados na casa de Eduardo Botelho, na casa e no gabinete do deputado Mauro Savi, na casa do ex-deputado federal Pedro Henry e nas casas de servidores públicos e empresários.

O esquema é investigado pela Delegacia Especializada em Crimes Contra a Administração Pública e Ordem Tributária (Defaz) em conjunto com o Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco).

 Por André Souza, G1 MT

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