O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado Eduardo Botelho (DEM), defendeu o trabalho em parceira da ALMT com o Congresso Nacional para a criação do Estatuto do Pantanal permanente, promovendo ações de proteção ao meio ambiente para que tragédias como ocorrem, atualmente, com inúmeros focos de queimadas, não se repitam no bioma.
Botelho percorreu trechos afetados do Pantanal, no sábado (19), junto com a Comissão Externa do Senado Federal e Câmara Federal, criada para acompanhar as ações de enfrentamento aos incêndios na região do Pantanal, presidida pelo senador Wellington Fagundes (PL).
“A destruição é muito grande. Então, vamos trabalhar para criarmos o Estatuto estadual e nacional permanente do Pantanal, para instituir obrigações às pessoas que vivem no Pantanal, aos empresários, para o estado e União, para que venham a tomar providências urgentes e, quando começar algo assim, não chegue nesse nível, porque podemos perder até 30% da fauna e flora do Pantanal”, alertou Botelho.
Para ele, a falta de planejamento culminou no resultado negativo. “A atuação deveria ser no início das queimadas para não tomar proporções gigantescas e até vergonhosas para nós mato-grossenses e até para o Brasil, mostrando nossa incapacidade de cuidar da nossa casa, do nosso meio ambiente “, afirmou Botelho, ao assegurar empenho da ALMT nas ações.
Botelho disse que observou o quanto o fogo prejudicou a região e citou que a maior preocupação é a falta de água, pois boa parte dos reservatórios naturais está vazia e isso prejudica ainda mais a situação dos animais e moradores, diante do longo período de estiagem.
Durante a reunião remota com senadores, realizada no Hotel Mato Grosso Pixaim, empresários e moradores da região, Botelho chamou a atenção sobre convênio com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para a análise sobre as formas de desenvolvimento sustentável no Pantanal, garantindo a preservação e atividade econômica.
Alexandre Bustamante, secretário de Segurança Pública, disse que as ações na região estão focadas em diversos fatores. Um deles é o de desvendar crimes ambientais e trabalhar a prevenção e preservação. “Precisamos fazer prevenção maior, pois há 14 anos não havia incêndio no Pantanal”.
“Precisamos garantir o desenvolvimento com trabalho o ambiental. Esse é o grande desafio”, destacou o deputado Wilson Santos.
A comitiva fez a primeira parada no Posto Fiscal, na Estrada Parque Transpantaneira, para conhecer o ponto de resgate dos animais afetados pelo fogo. Onde a secretaria de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti agradeceu o empenho dos parceiros e voluntários que se dispõem a dar os primeiros cuidados aos animais resgatados. “Podemos ver aqui o esforço de muitos mato-grossenses para reduzir o impacto que estamos tendo”.
Paulo Barroso, coronel Bombeiros Militar e secretário-executivo do Comitê Estadual de Gestão do Fogo, apresentou às autoridades a situação crítica da região.
De acordo com o deputado Carlos Avallone, que é o presidente da Comissão de Meio Ambiente da ALMT, nasegunda-feira (21), a Comissão receberá o resultado do encontro no Pantanal para dar prosseguimento às propostas. “Vamos receber o documento e analisar as condições do bioma e alternativas que garantam a sua proteção”, ressaltou Avallone.
Para Wellington Fagundes, o momento é de muita angústia e agradeceu as manifestações de apoio que tem recebido de entidades governamentais e da sociedade civil.
As informações serão importantes para subsidiar novos projetos de combate às queimadas, como forma preventiva de proteção ao bioma do Pantanal. No domingo, eles voltaram a se reunir para a recepção de estudos, documentos e relatos oferecidos pelo Observa MT e pelo Fórum Mato-grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Formad).
Além de secretários de Estado, também participaram os deputados estaduais Valdir Barranco (PT), Carlos Avallone (PSDB), Wilson Santos (PSDB) e Lúdio Cabral (PT), o secretário Chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, o prefeito de Poconé, Tatá Amaral; os senadores Carlos Fávaro, Wellington Fagundes, Jayme Campos. E os federais: Professora Rosa Neide, Paulo Teixeira, Nilto Tatto, Rodrigo Agostinho e Professor Israel.
Comitê do Fogo – de acordo com o Comitê do Fogo, os mamíferos somam 50% dos amimais resgatados. As equipes enfrentam diversos problemas de logística, falta de internet, manejo seguro da fauna, transporte e segurança da equipe. Também contabilizam animais mortos pelos incêndios.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 2020 já registra o maior número de focos de queimadas da história do mês de setembro, somente na primeira quinzena com 5.600 focos de incêndio. Antes, os dados alarmantes eram de 2007, quando o recorde ficou em 5.498 focos registrados.