Policiais e diretor da PCE podem ter ligação com o Comando Vermelho

0
172

A Polícia Civil, por meio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), investiga se os cinco servidores públicos, presos nesta terça-feira (18) na Operação Assepsia, tinham alguma ligação com facção criminosa Comando Vermelho (CV). Foram detidos o tenente Cleber de Souza Ferreira, subtenente Ricardo de Souza Carvalhes de Oliveira e cabo Denizel Moreira dos SantosAlém do diretor da Penitenciária Central do Estado (PCE), Revétrio Francisco da Costa e seu diretor-adjunto, Reginaldo Alves dos Santos.

Ocorre que os servidores, de acordo com as investigações da GCCO, estariam envolvidos diretamente na entrada de aparelhos celulares em unidades prisionais do Estado. Na ocorrência, um freezer foi apreendido com 84 celulares. O refrigerador era destinado a um dos líderes do Comando Vermelho (C.V), preso no raio 5.

“Trata-se de uma investigação séria que vem desde janeiro, com acompanhamentos permanentes contra facções criminosas, e acabamos nos deparando com essa situação envolvendo servidores públicos. Tivemos a infelicidade de nos encontrar os servidores nesse ato ilícito. Não foi com nenhuma satisfação que descobrimos isso e desencadeamos essa operação”, disse o delegado titular da GCCO, Flávio Stringueta.

O pronunciamento foi feito em coletiva de imprensa nesta terça-feira (18), realziada na sede da Diretoria Geral da Polícia Civil, em Cuiabá. O delegado Frederico Murta disse que a prisão dos servidores é necessária pelo cumprimento do dever policial, uma vez que a omissão do Estado perante os crimes, não deve ser aceitas pelas instituições.

“Temos colegas extremamente competentes. A Polícia Militar e o Sistema Penitenciário são grandes parceiros e estão conosco no combate à criminalidade mas, devido a essa situação grave, tivemos que tomar uma atitude rápida e eficaz. Da mesma forma, temos que enaltecer os [servidores] que fazem um bom trabalho. Não podemos admitir que atitudes como estas sejam omitidas ou deixem de ser tomar as providências devidas”, disse o delegado Frederico.

Encaminhados à CCC

y

Em audiência de custódia realizada nesta terça-feira (18), no Plenário da Justiça Militar do Fórum de Cuiabá, a juíza Ana Cristina Silva Mendes manteve a prisão preventiva dos envolvidos. Revétrio Costa e Reginaldo Santos serão encaminhados para o Centro de Custódia de Cuiabá (CCC), Cleber Ferreira para o Terceiro Batalhão de Polícia Militar, e Ricardo Oliveira e Denizel Moreira para o Batalhão de Operações Especiais (Bope).

O inquérito será concluído nos próximos 10 dias. Os investigados poderão responder pelos crimes de integrar organização criminosa, corrupção passiva e ainda por facilitação de entrada de celulares em estabelecimento prisional.

Diretor e policiais participavam de reunião com presos 

Ao longo das investigações, a Polícia Civil conseguiu comprovar que no mesmo dia – duas horas antes do freezer ser interceptado – os três militares e os diretores da unidade, participaram de uma reunião a portas fechadas com um preso líder da organização criminosa, por mais de uma hora, dentro da sala da direção. “Toda a dinâmica dos fatos foi registrada pelas imagens da unidade prisional”, aponta o relatório da investigação.

No decorrer das investigações, ficou constado ainda que o veículo utilizado para a entrega do freezer, na unidade, pertence a outro reeducando, que também é considerado uma das lideranças da mesma facção. Esse reeducando divide cela com o destinatário do equipamento.

Além das prisões preventivas dos servidores públicos e dos líderes da facção criminosa, foram cumpridas cumpridas medidas de busca e apreensão nas dependências da Penitenciária Central do Estado.

Cortar na carne

O superintende do Sistema Penitenciário, Gilberto Carvalho, falou sobre a prisão do diretor e subdiretor da Penitenciária Central do Estado. “Cortar na carne é algo doído, mas o que peço é que não condenem antes do processo judicial. É apenas o início da investigação. Participamos junto com o GCCO e municiamos o GCCO com informações  que é a delegacia competente para as investigações”, disse.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui