Pesquisa mostra que jovens estão adiando sonhos em razão da pandemia

0
251

Estudo da HSR Specialist Researchers aponta impactos da Covid-19
em integrantes da Geração Z. Além dos planos postergados por 59%
dos entrevistados, cresce sentimento de ansiedade e tédio

A geração mais caracterizada pela descoberta de novas experiências está em compasso de espera e, pior, sendo obrigada a adiar todos os seus sonhos. Esse é mais um dos efeitos da pandemia do novo coronavírus no conjunto de jovens da Geração Z, entre 16 e 24 anos. A constatação é da pesquisa “Zners – A Geração Z que Viveu a Quarentena”, realizada pela HSR Specialist Researchers. O estudo mostra que esse público tem se adaptado a muitos novos aspectos durante o isolamento social, mas está pessimista em relação ao futuro próximo. Eles não se sentem à vontade com a quarentena, visto que 61% estão entediados e 59% ansiosos.

De acordo com o levantamento, a pandemia tem provocado transformações nos comportamentos dos jovens, fazendo emergir novos valores. Porém, a adaptação à nova realidade vem minando o otimismo para muitos aspectos de suas vidas. Além disso, acreditam que serão forçados a adiar quase todos os planos que faziam para este ano, é o que disseram 59% dos entrevistados.

A faculdade é a razão principal de frustrações. Entrar, cursar ou se formar no ensino superior foi apontado por 37% dos entrevistados como o maior projeto de vida a ser adiado em razão da pandemia. Viajar foi citado por 22% deles, trabalhar ou mudar de emprego por 15% e socializar em festas e eventos foi citado por 8%, assim como tirar CNH – carteira de habilitação (7%), entre muitos planos, são apontados por eles como sonhos que demorarão mais do que imaginavam para serem realizados.

Mas também há aprendizados – O estudo “Zners – A Geração Z que Viveu a Quarentena” ouviu os jovens para analisar cinco dimensões: ‘Relacionamento Familiar’; ‘Vivendo em um Mundo 100% Online’; ‘Alimentação e Saúde’; ‘Educação e EAD’; e ‘Valores Emergentes e Aprendizados da Pandemia’. Embora existam percepções pessimistas, também foram identificados aspectos positivos nos entrevistados.

Por exemplo, os jovens estão descobrindo mais prazer e dando maior valor à proximidade e aos vínculos familiares. A interação com a família cresceu e o compartilhamento das refeições faz parte da rotina. Para 47% deles há mais conversas com as pessoas de casa e 40% estão participando mais das refeições em família. Além disso, 27% também estão conversando mais com familiares que moram em outra casa.

O estudo comprovou que esses jovens estão explorando muito bem todas as possibilidades das plataformas de conversas online nesses tempos de isolamento social. No total, 59% passaram a utilizar mais as ferramentas digitais de comunicação, sendo que 48% buscam esses recursos para “encontrar” os amigos. Além disso, 41% dos entrevistados estão criando mais conteúdo, enquanto 21% aproveitam o tempo para fazer novas amizades virtuais.

A Geração Z também está se aventurando na cozinha e fazendo ainda mais atividade física durante a pandemia. Além disso, 57% deles acreditam que, após o período de isolamento, o público ficará mais sintonizado nas questões de higiene e metade desse conjunto ainda vê preocupação crescente das pessoas no que diz respeito aos cuidados com a mente.

Com relação aos estudos, os entrevistados apontaram problemas e insatisfação. O ensino a distância está alcançando 56% dos jovens, porém 67% desse conjunto não estão gostando da prática. Entre as falhas apontadas está a falta de método, conteúdo e dinamismo das aulas. Além disso, a ausência de contato pessoal com os amigos no dia a dia é muito sentida e torna a educação remota chata.

Adicionalmente, a pesquisa indica alguns aprendizados nesse período, bem como o fortalecimento de valores. Para 51% deles ficaremos ainda mais humanos e 50% acreditam que cuidaremos mais uns dos outros. Os resultados também revelam que 43% dos entrevistados pensam que seremos mais colaborativos. E o olhar para o próximo também ganhou importância, pois 75% manifestam medo de contaminar outras pessoas de forma geral e 57% expressam temor de contagiar alguém da própria família. Outro dado sinaliza que 47% pretendem continuar a ajudar amigos, familiares, vizinhos e desconhecidos após a pandemia .

“Essa geração tem uma relação com o tempo bem especial. Esses jovens não se veem projetando a vida em décadas, mas, no máximo, em poucos anos. Quando se percebem em um momento sem muitas perspectivas ou solução aparente em curto prazo – da qual não podem fazer parte – desanimam. Eles são ágeis e, de certa forma, se acham independentes. O cenário faz com que toda essa certeza de vida enfraqueça”, analisa Naira Maneo, sócia-diretora da HSR Specialist Researchers.

Metodologia e dimensões – A pesquisa realizada na segunda semana de maio ouviu mais de 1,5 mil jovens, entre 16 e 24 anos, das classes sociais A, B e C, nas principais capitais brasileiras, tendo como base questionário estruturado a partir de levantamento qualitativo realizado em abril. O estudo foi estruturado em cinco dimensões para analisar de forma ampla os pensamentos e sentimentos dos jovens.

Sobre a HSR Specialist Researchers
A HSR Specialist Researchers é a maior empresa independente de pesquisas de mercado do Brasil. Reúne em sua estrutura um grupo de profissionais de nível sênior, especialistas em diversas áreas de pesquisa de mercado, que contam com a estrutura robusta da HSR e inovação tecnológica para gerar inteligência aos negócios dos clientes.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui