Uma perícia foi realizada na madrugada desta terça-feira (02) para saber exatamente qual era a velocidade em que estava a motorista Rafaela Screnci da Costa Ribeiro, 33 anos, quando do atropelamento de três pessoas, em dezembro do ano passado, na Avenida Isaac Póvoas, no Centro de Cuiabá. Para a análise técnica, o trecho da pista ficou interditado desde a meia noite até por volta das 2h30.
O acidente vitimou a universitária Myllena de Lacerda Inocêncio, 22 anos, que morreu na hora. O cantor Ramon Alcides Viveiros, 25, faleceu uma semana após ficar internado. Gravemente ferida, a estudante Hya Giroto Santos, 21 anos, também ficou hospitalizada vários dias e conseguiu se recuperar dos ferimentos. Além da velocidade, a polícia quer saber se a jovem contribuiu ou não para a ocorrência.
Durante a perícia, peritos da Politec e policiais da Delegacia Especializada de Trânsito (Deletran) colocaram “gabaritos” no ponto exato do local da batina na avenida para identificar a real velocidade em que estava Rafaela Screnci. “Essa perícia busca revelar, dentre outras coisas, a velocidade exata com que o veículo causador do acidente trafegava no momento da colisão que levou a óbito duas das vítimas e causou lesões graves em uma terceira. E, também busca revelar o impacto e o comportamento desta terceira vítima que sobreviveu teve tanto no retardo como na dispersão das outras duas vítimas”, frisou o delegado da Delegacia de Delitos de Trânsito (Deletran), Christian Cabral.
A polícia já colheu depoimentos de testemunhas e também conta com imagens de câmaras de segurança, que mostram os três jovens atravessando a avenida, para concluir o caso. O laudo deve ser finalizado em 30 dias. Após, encaminhado para o Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT). Rafaela Ribeiro responde ao processo em liberdade. À época, ela passou por audiência de custódia e pagou fiança de R$ 9,5 mil. Após, o valor foi aumentado para R$ 28,5 mil.
No dia do acidente, já havia sido realizado análise técnica no local, com a coleta dos vestígios deixados pela infração penal, que se referem as marcações no asfalto decorrente de frenagem, a peças e acessórios do carro que caíram no momento do acidente e também a posição dos corpos das vítimas. Desta vez, a perícia foi baseada nas imagens dos arquivos de áudio e vídeos coletados por câmeras de monitoramento na hora do acidente. De acordo com o resultado do teste, a jovem poderá ou não ser responsabilizada pela morte dos companheiros, uma vez que o comportamento dos três jovens, que estavam no meio da avenida, pode ter criado circunstâncias que facilitaram o acidente.