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domingo, maio 5, 2024
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    Pequenos negócios que se adaptam conseguem ampliar faturamento durante a crise

    Levantamento feito pelo Sebrae mostra que, apesar da queda no faturamento de 88% dos entrevistados, 400 mil empresas registraram aumento médio de 47% na receita

    Donos de pequenos negócios que se adaptaram mais rapidamente ao momento de crise têm mais chances de se manter no mercado. Pesquisa realizada pelo Sebrae, entre os dias 3 e 7 de abril, mostra que, para além do amplo impacto negativo para quase 88% dos empresários, alguns segmentos, mesmo afetados pelo avanço do novo coronavírus, como o comércio varejista e o ramo de alimentos e bebidas, conseguiram equilibrar o fluxo de caixa e até registrar crescimento no faturamento. O levantamento, que ouviu 6.080 empreendedores de todo o país, estima que 400 mil pequenos negócios tiveram aumento médio de 47% na receita.
    De acordo com o Presidente do Sebrae, Carlos Melles, pequenos negócios que passaram a inovar e mudaram seu modelo de negócio estão conseguindo se manter. “Observamos que, ainda que em um percentual baixo, se comparado ao resultado macro da pesquisa, os empresários que enxergaram oportunidades e se reinventaram saltaram na frente dos outros. Segundo nossa pesquisa, entre as micro e pequenas empresas que tiveram crescimento na receita durante a crise, cerca de 48% mudaram o modo de funcionamento, apostando mais em entregas online e serviços na internet”, explicou o presidente.
    Dentre os 14 segmentos analisados na sondagem – restaurantes, lanchonetes, marmitarias e afins – são exemplos de como a adaptação e a inovação podem render resultados positivos.No segmento de alimentos e bebidas, por exemplo, 92% dos que aumentaram o faturamento adaptaram o negócio ao modelo de entrega (delivery). Percebemos que os empresários que apresentaram crescimento no faturamento encontraram uma oportunidade de negócio, conseguiram capturar o mercado. Muitos deles já faziam entregas e investiam em marketing digital,” destacou o Melles.
    A maior parcela dos entrevistados aposta fortemente nas entregas online (41,9%),  mas um percentual igualmente representativo reduziu o horário para minimizar os gastos e ganhar fôlego (41,2%). O teletrabalho ocupa o terceiro lugar no rankingque elenca as principais medidas adotadas pelos pequenos para se manter de pé em meio aos abalos sísmicos causados pela COVID 19(21,6%).
    Em Brasília, o português Hugo Laurentino é um desses empreendedores que já realizava o serviço de delivery e que rapidamente se adaptou ao novo momento. Com apenas sete meses em funcionamento, o Portugo, espaço especializado em doces e comidas típicas lusitanos, mantém o funcionamento diário com entregas e serviço de retirada na loja (take away). Mesmo com a crise gerada pela COVID 19, o empresário conta que o faturamento aumentou. Durante o feriado da Páscoa, por exemplo, o restaurante atraiu a clientela com a oferta de pratos de bacalhau e o famoso pastel de Belém. “Nossa Páscoa foi melhor que o Natal”, comemorou.
    O empresário português explica ainda que mantém os custos da empresa com número pequeno de funcionários na loja física e preferiu investir no time de entregas. “Consegui manter a equipe da cozinha, uma pessoa no caixa e o pessoal das entregas”, explicou. Com as boas vendas, nesta semana,o empreendedor anunciou que vai atender novas regiões do Distrito Federal. “Contratei mais duas pessoas para reforçar o time de entregas e estamos em quase todo o DF”, anunciou Hugo Laurentino, provando que é possível vencer o drama econômico e social vivido pelo mundo.
    É válido registrar também que, apesar do isolamento social, algumas empresas dos segmentos do comércio varejista, moda, beleza e artesanato conseguiram resultados significativos implementando mudanças no modo de funcionamento, reduzindo horário, abrindo para serviços online e oferecendo entregas.
    A PESQUISA EM DETALHES
    Sua empresa mudou o funcionamento com a crise?
    • 6,6% – não mudaram a forma de funcionar
    • 31% – mudaram o funcionamento
    • 58,9% – interromperam o funcionamento temporariamente
    • 3,5 % – decidiram fechar de vez
    Entre as empresas que mudaram seu funcionamento
    • 41,9% estão atuando apenas para entregas ou online
    • 41,2% – estão com horário reduzido
    • 21,6% – adotaram o teletrabalho (home office)
    • 15,3% – implementaram o rodízio de funcionários
    • 5,9% – adotaram drive thru
    Como seu negócio está sendo afetado em termos de faturamento mensal
    • Aumentou – 2,4%
    • Diminuiu – 87,5%
    • Permaneceu igual – 2,9%
    • Não sabe ou não quis responder – 7,2%
    Em relação aos funcionários – tomou alguma medida?
    • 46,8% – ainda não tomou medidas
    • 28% -férias coletivas
    • 17,8% – suspensão de contrato de trabalho
    • 17% –  redução da jornada de trabalho com redução de salários
    Você precisará pedir empréstimos para manter seu negócio em funcionamento sem gerar demissões?
    • 54,9% – sim
    • 17% – não
    • 28,1% – não sabe ou não respondeu
    SOBRE AS MEDIDAS ANUNCIADAS PELO GOVERNO NAS ÚLTIMAS SEMANAS
    Suspensão de contratos de trabalho e redução de jornada com compensação do governo para empregado
    62% – ouviramfalar
    22,8% – conhecem bem
    15,3% – não conhecem
    Nota Técnica: 6.080 Entrevistados em todas as Unidades Federativas; Margem de erro de +/-1% para o resultado nacional; intervalo de confiança de 95%.
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