Por Rafael Medeiros
Gestação, primeiros passos, a ida para a primeira escolinha, adolescência e início da vida adulta. Não importa a fase, a participação do pai na criação do filho é fundamental, afirma a especialista em terapia de família sistêmica, Dulce Figueiredo.
Segundo ela, é de suma importância, desde a gestação, que o pai estabeleça um vínculo com a criança. Este vínculo é externo, já que ele não tem o poder gerar um filho. “Conversar com a barriga, cantar e até mesmo contar historinha para o bebê, permite que o filho reconheça a voz do pai e se sinta próximo a ele quando nascer”, comenta.
“Nos países ocidentais, dia dos pais geralmente coincide com dia de São José, pai de Jesus Cristo”
Já quando o filho nasce, começa outra etapa da paternidade. O pai precisa se mostrar presente e ativo, ajudando a mãe, que neste momento se sente esquecida e com a autoestima baixa, já que todas as atenções estão voltadas ao recém-nascido. E, ao mesmo tempo, ele deve ter dedicação para com o bebê, que também precisa dele.
“A aproximação com a criança começa com a voz, passa pelo olhar e depois para o toque. O pai não pode ter medo de pegar o filho, de colocá-lo em seu peito, trocando calor, energia, sincronizando as respirações”. Conforme ela, essas atitudes permitem a aproximação duradoura e de confiança. Chega a etapa em que o filho deve ir para a escolinha e mais uma vez o pai tem um papel fundamental nessa fase.
A psicóloga explica que quem deve entregar a criança à professora é o pai, porque quando a mãe faz isso, ela segura parte da energia do bebê, o que gera sofrimento para ambas. “O mesmo deve ser feito quando o bebê dorme no quarto dos pais e chega a fase de ir para o próprio quarto”. A especialista enfatiza que na hora da diversão, o pai também deve estar presente.
Ao contrário da mãe que transmite a sensação de proteção, o pai tem energia mais intensa e impulsiona o filho. É ele que joga o filho para cima, incentiva a correr, subir na árvore, explorar o ambiente e isso é muito relevante no amadurecimento da criança.
“A gente nunca vê um pai correndo atrás do filho e pedindo para ele não fazer isso ou aquilo. E é assim mesmo que deve ser”. Chega a adolescência, fase em que os filhos buscam o prazer de todas as maneiras. Agora é a vez do pai impor limites aos excessos.
“A mãe determina e o pai reforça, orientando sobre o melhor caminho. E assim deve ser até o início da vida adulta”, explica Dulce. A psicóloga finaliza falando que mesmo quando adultos, os filhos nunca deixarão de ser filhos e os pais de serem pais. “Por isso é comum que mesmo quando já não moram mais com os pais, os filhos aparecem para uma visita.
Chamamos essa etapa de fase ‘carinha’, o filho só aparece quando precisa de algo ou de colo. E os pais, como sempre fizeram, cederão ao amor que sentem por eles”.
Fonte: O Bom da Notícia