Remédio amargo
Como já era esperado, desafetos anunciaram com certo deboche a contaminação do presidente Jair Bolsonaro pela Covid-19. Como a doença não poupa ninguém era sabido que mais cedo ou mais tarde Bolsonaro pegaria o vírus. Sem atender as recomendações das autoridades de saúde, ele participou de eventos sem máscara, promoveu aglomerações e não evitou contato direto com interlocutores. Agora é encarar a quarentena e despachar do Palácio da Alvorada, além das críticas ácidas que chegaram como remédio amargo.
Sem polêmica
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), disse nesta terça-feira (7) que espera que o presidente Bolsonaro retome as atividades rapidamente, após a confirmação da infecção pelo novo coronavírus. Questionado se acreditava que diagnóstico poderia mudar a forma como o presidente Bolsonaro encara a pandemia, Maia disse que não gostaria de entrar nesse debate de negação, que segundo ele, está superado. “Não gosto de entrar muito nesse debate, espero que o presidente esteja bem e que rapidamente retome as suas atividades”, declarou Maia.
Sem arestas
Nem mesmo o desafeto político e governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ousou ser deselegante com o estado de saúde do presidente Bolsonaro. Ele publicou uma mensagem em sua conta no Twitter em que deseja “pronta recuperação” ao presidente Jair Bolsonaro e pede “que ele siga as orientações da medicina” para que “em breve, seja restabelecido”. A mensagem foi publicada pouco após Bolsonaro chamar alguns veículos de imprensa para informar que havia recebido diagnóstico positivo para a covid-19.
Panos quentes
Desde o início da crise, governador e presidente trocaram diversas farpas sobre a condução da pandemia. Doria vinha cobrando que o presidente agisse seguindo recomendações dos cientistas para o controle da pandemia e Bolsonaro vinha criticando o isolamento social defendido pelo governador paulista. Ainda em março, eles tiveram uma discussão pública, via teleconferência, quando houve uma reunião para discutir a pandemia. Pelo visto, nesse caso a bandeira branca também foi hasteada.
Fim da polêmica
O general Eduardo Pazzuello não permanecerá no cargo de ministro da Saúde e quem garante é o próprio presidente Jair Bolsonaro. Em plena pandemia de covid-19, o ministério está há 53 dias sem um titular. A doença já provocou 66.093 mortes no Brasil até a tarde desta terça-feira, dia 7. No entanto, Bolsonaro não tem dado nenhuma sinalização de que está em busca de um nome para a pasta responsável por enfrentar a pandemia.
Ultimato
Um grupo formado por 36 companhias e quatro organizações empresariais cobrou medidas mais duras contra o desmatamento ilegal na Amazônia e demais biomas brasileiros. Em carta direcionada ao vice-presidente Hamilton Mourão demonstra preocupação com a atual percepção negativa da imagem do Brasil no exterior. O documento também foi protocolado no STF, Senado Federal, Câmara dos Deputados e na Procuradoria Geral da República.
Segundo plano
Além da contaminação do presidente Bolsonaro pelo novo Coronavírus, o assunto que continua forte nas rodas aqui em Brasília é a intenção do governo desestatizar ao menos 12 empresas. Entre elas estariam a Eletrobras, Ceagesp, Serpro, Dataprev, Correios e Telebrás. O governo já reduziu em 12% sua participação em ativos nessas empresas entre 2019 e 2020, para 614. Apesar da polêmica, é a Covid que continua roubando a cena principal na política.