A senadora Selma Arruda tem vivido momentos de grande tensão e decepção. Eleita com margem folgada de votos, aclamada pelas urnas, a “Sergio Moro de saias”, como ficou conhecida por estas bandas, se viu envolvida num imbróglio que pode lhe custar definitivamente o mandato.
Uma das figuras mais respeitadas e influentes do judiciário mato-grossense, a ex-juíza Selma, foi responsável pelo desbaratamento de centenas de maus feitos e condenou com penas duras figuras expoentes da política e empresariado locais.
Sua vida pregressa à frente do judiciário sempre foi coroada de sobriedade, equilíbrio e resultados.
Varas sob seu comando são apontadas como exemplos de funcionalidade e celeridade.
Temida por seus algozes, foi protagonista em ações que desnudaram a corrupção e a formação de quadrilhas em Mato Grosso; poderosos intocáveis foram parar na cadeia com suas embasadas condenações.
Nos bastidores da decisão que cassou seu mandato, paira a dúvida, de que esta condenação foi articulada por seus inimigos – uma represália articulada a várias mãos regada a fortunas e inescrupulosos acertos.
Especula-se que provas superficiais, com pouca densidade jurídica, foram acatadas como cabais.
Envolvidos empresariais e jornalísticos deram testemunhos condenatórios que surpreenderam a senadora; afinal, os acusadores se transformaram de íntimos e imprescindíveis colaboradores em algozes redundantes.
Recorrendo em todas as instancias, na expectativa da prova de sua inocência, o episódio da cassação, criou um ouriço no meio político do Estado.
Sua vaga, hipoteticamente aberta, já é objeto de disputas, escolhas e conchavos, mesmo antes das decisões finais.
Como era de se esperar, um “salve-se quem puder”, e “o lugar é meu”, já faz parte das rodas políticas que torcem, acendem velas, distribuem galinhas pretas para encruzilhadas e inflamam situações que confirmem a perda do mandato.
“O pega pra capar” está lançado, muita gente está sonhando em ser Senador e a distribuição de cargos, vagas e benesses são acertadas a luz do dia e de sombras também.
Um Lembrete aos afoitos: gente séria, com histórico de serviços prestados e credibilidade a toda prova como é o caso da ‘Juíza Senadora’, são FÊNIX naturais, abatelas requer mais que conversas de bares e bastidores.
JPM – João Pedro Marques é advogado e jornalista, com escritórios em Brasília e Mato Grosso.