Novos negócios encaram o desafio de sobreviver à crise

0
223

Empreendedores avaliam oportunidades de mercado e se reinventam para continuar em funcionamento

O avanço da pandemia do novo coronavírus no país tem obrigado os empresários a repensar o modelo de negócio e inovar na maneira de chegar até os clientes. Essa realidade não é diferente para aqueles que abriram seus negócios recentemente e também foram surpreendidos com a crise. Além dos desafios diários, comuns a todo novo negócio, esses empresários têm que ter atenção redobrada na gestão da sua micro e pequena empresa.

De acordo com o gerente de Relacionamento com o Cliente do Sebrae, Enio Pinto, é preciso que os novos empreendedores se adaptem rapidamente ao novo cenário. “Com a mudança de comportamento do consumidor na crise, muitos empresários vão ter que repensar como seu produto pode resolver o problema do cliente”, explicou.

Em Luziânia, município goiano localizado a 60 Km de Brasília, o microempreendedor individual Antônio Chaves busca alternativas para manter o negócio de venda e revenda de motos e peças. Depois de duas semanas com a loja fechada por determinação do governo, ele passou a alugar as motocicletas para comerciantes que começaram a realizar entregas na região. “Meu vizinho que vende bolo resolveu alugar uma moto para fazer entregas e eu percebi uma oportunidade de oferecer o serviço. Cobro pela diária e aos finais de semana, consigo alugar todas as motos”, contou. Na semana passada, ele voltou a reabrir a loja, após liberação do estado, e agora avalia as medidas anunciadas pelo Governo para manter o negócio. “Vou prorrogar o pagamento do Simples e tentar renegociar com o banco as parcelas de um carro”, afirmou.

A consultora de estilo Joice Rossi, que atende na capital paulista e na região do ABC, precisou repensar maneiras de atender os clientes depois de decretadas medidas para a prevenção do contágio da doença, com o distanciamento social e o fechamento de lojas. Há um ano, ela largou o cargo de gerente numa multinacional para se dedicar exclusivamente ao universo da moda, que sempre foi uma grande paixão. Como microempreendedora individual, ela fez o Empretec no final do ano passado para ganhar mais confiança como empresária, mas agora enfrenta dificuldades para fazer os atendimentos presenciais com os clientes que já tinham contratado o serviço.

“Parte dos clientes mais novos aceitou um atendimento online nesse momento para depois continuar para outras fases da consultoria de forma presencial, mas alguns preferiram pausar o serviço”, contou. Com a ajuda da internet, ela adaptou a consultoria para o ambiente online com encontros virtuais e com lojas parceiras oferece o serviço da “malinha” com peças de roupas selecionadas para os clientes. Diante do imenso desafio, também criou pacotes de serviços online para novos clientes e pretende disponibilizar o novo serviço nos próximos dias.

Na região de São Bernardo, na Grande São Paulo, a empresária Mônica Pileggi comanda, com ajuda da mãe, a loja Quiosque Flores desde o início de 2019. Mesmo com o fechamento do comércio no estado, ela continuou recebendo pedidos dos clientes via Whatsapp e resolveu que, mesmo com a queda no faturamento, iria manter o negócio funcionando. Para isso, investiu em anúncios pagos no site de busca Google, criou um site para divulgar o negócio e faz postagens nas redes sociais, principalmente no Instagram. Para receber os pagamentos, envia links diretos da cobrança pelo aplicativo de mensagens.

“Percebi que na região não existem muitas floriculturas e como ainda há demanda, decidi manter a loja aberta com horário reduzido e os serviços de entrega e retire na loja”, explicou. Mesmo com queda drástica no faturamento, a empresária está com boas expectativas para o Dias das Mães, no próximo mês, quando a floricultura registra grande número de vendas.

Equilíbrio nos negócios

O Sebrae recomenda que os donos de pequenos negócios avaliem cuidadosamente a gestão da empresa neste momento de crise e adotem medidas para manter o equilíbrio do fluxo de caixa, ajustes de custos e busquem renegociar com os credores. Além disso, para aquelas micro e pequenas empresas que continuam o atendimento, uma dica importante é proteger a saúde da equipe, com as medidas de prevenção da doença, uso de máscaras, luvas e álcool em gel. Outra recomendação é buscar novos canais de venda e não perder o contato com o cliente, pois muitas vezes, a necessidade de consumo pelo seu produto ou serviço permanece, sendo fundamental enxergar novas formas para chegar até o consumidor. O Sebrae disponibiliza um site exclusivo de apoio aos pequenos negócios no enfrentamento da pandemia do coronavírus. Para conhecer clique aqui.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui