Uma parceria entre o Governo de Mato Grosso, Fundação Nacional da Saúde (Funasa) e Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) elevou o Estado à categoria de único do Brasil a ter 100% de seus munícipios com Planos Municipais de Saneamento Básico (PMSB) concluído. Com investimentos de R$ 11,5 milhões, as entidades finalizaram 101 novos projetos e revisaram outros oito, de cidades com até 50 mil habitantes.
A elaboração dos projetos durou dois anos e seis meses e envolveu cerca de 40 mil pessoas, de forma direta e indireta. O governo estadual, por meio da Secretaria de Estado das Cidades (Secid) absorveu a contrapartida dos municípios, investindo aproximadamente R$ 2,5 milhões e também a fiscalização técnica. A Funasa aplicou R$ 9 milhões e a UFMT foi a responsável pela mão de obra e estrutura da construção dos projetos.
Sem custos, os novos planos de saneamento foram entregues às prefeituras durante cerimônia realizada na tarde desta terça-feira (27.03) e contou com a presença das instituições envolvidas e de 60 municípios representados por prefeitos, vice-prefeitos, consórcios e procuradores.
A prefeita de Chapada dos Guimarães (distante 65 quilômetros de Cuiabá), Thelma de Oliveira, parabenizou a iniciativa da parceria e ressaltou que municípios como o dela não teriam condições de elaborar o documento. “Este é um momento muito especial, pois vemos a preocupação em investir em saneamento básico. Não dá para fazer nada sozinho. Seria impossível produzir esse plano em Chapada, pois gastaríamos cerca de R$ 500 mil, hoje, graças a essa brilhante parceria, estamos recebendo a custo zero. Em nome de todos os prefeitos eu agradeço por mais esse instrumento que melhorará a qualidade de vida dos nossos munícipes”, disparou Thelma.
Coordenadora geral dos trabalhos e professora de engenharia sanitária e ambiental da UFMT, Eliana Beatriz Rondon, explicou que com planos em mãos, as prefeituras terão mais condições de elaborar seus planejamentos de gestão. “Agora os municípios terão direção e vão priorizar as intervenções necessárias, a curto, médio e longo prazo. Se não melhorar o saneamento, piora a saúde, piora a qualidade de vida das pessoas. O trabalho foi longo e duro, mas o resultado é recompensador”, disse.
Para reitora da UFMT, Myrian Serra, o papel da Universidade é contribuir na construção e transformação do Estado de Mato Grosso. “Quando nós temos a soma de instituições como é o caso da UFMT, Funasa e Governo do Estado, nós podemos apresentar resultados concretos como hoje, esses planos de Saneamento Básico para 109 municípios mato-grossenses, que melhorará na questão ambiental e de saneamento. A UFMT está orgulhosa de fazer parte desse projeto e contribuir com a resolução de problemas do nosso estado”, comemorou a reitora.
Secretário das Cidades, Wilson Santos, disse que o documento é de extrema importância para as prefeituras, que em algum momento possui e querem aplicar recurso em saneamento, mas não possuem um plano com orientação de onde e como fazer os investimentos. “Mato Grosso é o único estado brasileiro com planos municipais de saneamento em todos os municípios. Agora os gestores têm um norte, tem em que se basear, eles têm planejamento. As vezes até possuem recursos, mas não sabem como e nem por onde começar. Quero parabenizar a UFMT por estar indo muito além do ensino. A faculdade de engenharia sanitária em ambiental fez um trabalho sério e profissional, contribuindo com o Estado para dotar os pequenos municípios a ter um planejamento”, lembrou.
Saúde, educação e meio ambiente
Com 100% dos municípios com planos elaborados, essas localidades têm condições de erradicar os problemas de saneamento básico e diminuir aparições de doenças como dengue, zika e chikungunya, febre amarela, diarreias crônicas, conforme lembra o superintendente da Funasa em Mato Grosso, Francisco Holanildo Lima. “A partir de hoje podemos pensar diferente. Demos o primeiro passo para realidade do saneamento em Mato Grosso. Essa parceria elaborou um documento detalhado, respeitando a peculiaridade de cada município, de cada região. Saneamento é ação preventiva na saúde, com melhoria na qualidade da água, tratamento de esgoto, resíduos sólidos, esgotamentos sanitários, drenagens pluviais e diminui muito a aparição de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti”, disse.
Representando o governador Pedro Taques na cerimônia de entrega dos PMSB, o secretário de Estado de Meio Ambiente, André Baby, citou estudos que comprovam que investimentos em saneamento geram saúde, educação e qualidade de vida a população. “Temos estatísticas que comprovam que a cada um real investido em saneamento, economiza-se dez reais na saúde. Essa ação está diretamente ligada à aplicação de recursos em meio ambiente e educação, pois orienta e educa a população na destinação correta dos resíduos sólidos. Além de gerar qualidade de vida, pois garante o tratamento de esgoto e da água consumida em nossas casas. Em nome do governador Pedro Taques, agradeço a parceria da UFMT e Funasa, que proporcionou esse belo resultado, munindo os municípios com esse instrumento importante”, afirmou.