MPF/MT realiza palestra sobre preconceito e bullying para alunos do IFMT São Vicente

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Cerca de 350 estudantes do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), Campus São Vicente, assistiram e participaram da palestra “Vamos conversar sobre preconceito e bullying”, ministrada pelo procurador da República e presidente da Comissão de Gênero e Raça da Procuradoria da República em Mato Grosso (MPF/MT), Vinícius Alexandre Fortes de Barros. A palestra, apresentada na tarde do último dia 7, fez parte da programação do III Circuito de Arte e Cultura e II Congresso de Estudantes dos Cursos Técnicos do IFMT, que teve como tema “A Arte Contra o Bullying”, realizado nos dias 6 e 7 de novembro, no auditório Jonas Pinheiro, no campus São Vicente.

O pró-reitor de Extensão do IFMT, Marcus Arruda fez a abertura da palestra e salientou a importância do evento. “Pensar a arte a cultura como canalizadores e propulsores de novas políticas sobre temas transversais e que facilitam a compreensão de nossos estudantes sobre a importância, inclusive, de combater o bullying”. Arruda aproveitou e agradeceu pela parceria do MPF, que tem gerado uma série de benefícios ao IFMT.

O diretor-geral do IFMT São Vicente Lívio Wogel enfatizou a alegria em receber a palestra no campus. “Eu estive em Cuiabá, na palestra na PRMT sobre o tema do bullying e acreditei que seria proveitoso para os alunos do IFMT. É um momento ímpar para nós pensarmos e refletirmos sobre as consequências do bullying”, completou.

Barros iniciou a palestra trazendo dados do Ministério da Educação, que aponta que de 1 a cada 10 estudantes brasileiros são vítimas de bullying e, destes, quase 70% já presenciaram situações de violência ou de constrangimentos ou em sala de aula ou envolvendo colegas e amigos. “O bullying é qualquer tipo de violência ou de constrangimento que a gente possa sofrer, principalmente em ambiente escolar, que é o que vocês vivem. Outros dados do MEC mostram que quase 16% de estudantes disseram que já foram humilhados pelos colegas por causa da aparência do corpo, 10,9% já sofreram bullying pela aparência do rosto, 5,6% das agressões foram pela cor ou raça, 3,4% foram por preconceito religioso e 2% pela orientação sexual. E gente, o rosto você nasce com ele, assim como sua cor, sua raça e até mesmo sua orientação sexual. Então, como você vai ofender uma pessoa por causa de algo que é dela, nasceu com ela, e que não te diz respeito? Trouxe esses temas para que vocês reflitam comigo sobre eles”, destacou.

Durante a apresentação, Barros mostrou vários vídeos em que apresentou de forma didática cada tema tratado. Um exemplo foi o que mostrou a diferença entre preconceito e esteriótipo. “Ser diferente não é um problema, o problema é ser tratado como diferente. No Brasil, somos uma sociedade plural, é só olharmos aqui no auditório para vermos isso. E é essa diversidade que nos faz brasileiros, mas o que também nos faz comunidade. A situação que vemos atualmente é que mais e mais as pessoas vão se tornando polarizadas. E se você não compartilha da mesma opinião, ou crença ou não da mesma cor e raça, já se torna um inimigo”, salientou.

Barros lembrou que é preciso ter respeito por todos. “A falta de empatia é a primeira causa do bullying, é a primeira causa do preconceito. Falta empatia na sociedade brasileira, pois ainda que a gente não concorde com uma opinião, com uma posição religiosa, ou mesmo com a aparência de uma pessoa, isso não é motivo para fazer piadinhas, chacotas, ou mesmo ofender o outro. Respeite o outro como ele é, ou fique em silêncio”, concluiu.

Ao final, os estudantes interagiram com o palestrante fazendo perguntas sobre o tema e também tirando fotos. Para a estudante do primeiro ano de Técnico em Agropecuária, Amilene Andressa, 16 anos, palestras como a que foi proferida são necessárias, principalmente dentro das escolas. “Eu achei muito interessante a palestra, porque relata a realidade do que acontece com os alunos nas escolas, e fora das escolas também. E foi muito bom a escola ter organizado um evento como esse, porque não são todos os estudantes que têm essa oportunidade, ainda mais aquelas que são mais distantes. Serviu de exemplo pra mim mesma, pois já sofri racismo, graças a Deus superei, não foi fácil, mas que sirva de lição para outras pessoas. É muito necessário esse tipo de palestra, não pode faltar”, concluiu.

Fonte: MPF/MT

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