Os motoristas de aplicativos de transporte particular de Cuiabá e de Várzea Grande, como Uber e 99 POP, prometem paralisar suas atividades durante 12 horas nesta quarta-feira (8). A manifestação local integra um movimento mundial em razão da abertura de capital do aplicativo Uber na Bolsa de Valores, que deve ocorrer na sexta-feira (10).
Circulam em grupos de WhatsApp alguns áudios de motoristas que disseram ter ouvido ameaças aos profissionais que decidirem não aderir à causa. A veracidade dos áudios foi confirmada à equipe do LIVRE por Mackenzie. “Estamos até com medo, porque tem uma galera aí que está revoltada, falando que vai quebrar Uber que rodar amanhã”, contou o motorista.
“Escutei os caras falando em um grupo aí…diz que o pessoal que amanhã rodar, eles vão fazer chamada falsa mesmo e diz que vai pegar o cara na reta e dar uns ‘peteleco’ pro cara apoiar. Trabalhar em uma classe mais unida e não desunida do jeito que é”, diz trecho de um áudio que circulou nos grupos de WhatsApp nesta terça-feira (7).
“Eu vi isso daí também. O pessoal está falando em fazer uma chamada falsa e na hora que for atender, avariar o carro dos caras. Eu vi isso daí em outro grupo também. Quem tiver ligado, os caras vão fazer chamada e na hora que for buscar, vão quebrar o carro dos caras. É bom nem rodar amanhã”, recomenda outro motorista, em áudio.
Carreata
A manifestação de Cuiabá está marcada para acontecer a partir das 9h, no Parque das Águas, quando motoristas desligarão seus aplicativos ao longo do dia e seguirão em carreata até a sede da Uber em Cuiabá, que funciona no bairro Duque de Caxias.
Em um dos recados da mobilização local, reivindicações por melhores condições de trabalho e salário. De acordo com a mensagem, motoristas de Cuiabá e de Várzea Grande rodariam de 70 a 80 horas semanais em busca de melhores ganhos. Problemas de saúde e de estresse seriam recorrentes entre os profissionais.
Motoristas também reclamam que a regulamentação do aplicativo Uber nas principais capitais teria inviabilizado a atividade em todo o país.
“Está ficando bem inviável para nós, motoristas, principalmente depois da regulamentação de praticamente todas as prefeituras das Capitais do país. Deixou de ser algo lucrativo para a gente. E a Uber ainda baixou o valor de repasse para a gente e ainda por cima vai vender suas ações, então está bem complicado para a gente”, contou o motorista Mackenzie Nascimento.
O outro lado
Nós entramos em contato com a assessoria de imprensa da empresa responsável, mas até o fechamento desta matéria não recebemos retorno.
Nossa equipe também entrou em contato com o presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativos de Mato Grosso (AMA-MT), Cleber Cardoso, mas o telefone estava desligado.
Credito:OLivre