O lado mais sensível e o talento de pacientes do Centro Integrado de Assistência Psicossocial Adauto Botelho foi revelado durante a Mostra de Produções Artísticas organizada na manhã do dia 23 de março pela equipe de Arteterapia e de Terapia Ocupacional da unidade.
Telas que são verdadeiras obras de arte, peças artesanais em tecido, doces e biscoitos, produtos criados pelas mãos dos pacientes durante oficinas fizeram parte da mostra e foram criados durante oficinas que buscam contribuir com a recuperação e a integração social dessas pessoas. Além do talento, a mostra reflete a eficiência da equipe multidisciplinar da unidade que é gerida pela Secretaria de Estado de Saúde (SES/MT).
De acordo com a arteterapeuta Glauci Maria Ferreira, da ala masculina, as oficinas terapêuticas diminuem os sintomas de ansiedade, isolamento, irritabilidade, facilitando essa integração dos pacientes ao ambiente e a outros internos. Também são desenvolvidas oficinas laborais, como cuidados com a horta, e oficinas de socialização, a exemplo de festas temáticas, caminhadas pelo parque e futebol.
“A Arteterapia faz parte das atividades dirigidas ao conjunto de pacientes internados na Unidade 1 por indicação e conclusão dos membros da equipe multidisciplinar. São atividades de periodicidade diária, mensal ou anual que acontecem dentro das dependências da unidade 1 ou áreas externas, de acordo com a proposta terapêutica e o PTG”, explicou Glaci.
Ana Lúcia Gouveia, da ala feminina, reforça a importância da Arteterapia associada à terapia ocupacional e ao trabalho do psicólogo, do psiquiatra e assistente social na preparação do paciente para sair do hospital e retornar à sociedade. “Inclusive a Arteterapia foi incluída agora como prática integrativa do SUS pelo Ministério da Saúde, mas já é adotada há 13 anos aqui no Adauto Botelho”, pontua Ana Gouveia.
Solange Lopes, terapeuta ocupacional, assim como Glaci Ferreira e Ana Gouveia, presta serviços no Adauto Botelho há 14 anos e tem uma história de afeto e abnegação pelos pacientes e pelo trabalho que lhes proporcionam, muito mais do acúmulo de experiência profissional, o crescimento pessoal.
“Trabalhar aqui é questão de dedicação. Tem que gostar. Além de termos que manter uma interação com a equipe, que é muito importante, tem o envolvimento com cada um deles, principalmente porque temos uma turma diferenciada, que são os idosos, pacientes residentes, que não tem vínculo com a família, mas interagem muito bem”, ressaltou Solange.
Por meio da Terapia Ocupacional é possível ampliar o campo de ação, desempenho, autonomia e participação do paciente, estimulando condições de bem-estar e autonomia, contribuindo com os processos de produção de vida e saúde.
Outra terapeuta ocupacional que comemora resultados é Janete Rodrigues. Uma paciente evoluiu tanto que já está prestes a ser transferida para uma Residência Terapêutica. Ela aprendeu a fazer doces, bolos e biscoitos durante as oficinas, já vai ao mercado comprar os ingredientes e vende seus produtos entre os servidores do Adauto Botelho. Metade da renda fica pra ela e a outra metade para as oficinas.
“Além dos profissionais acima citados, integram a equipe do Adauto Botelho enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas e demais servidores, todos com o mesmo grau de comprometimento com a saúde dos pacientes”, ressaltou o diretor João Santana Botelho na abertura da mostra, mesma postura do diretor administrativo da unidade, Gilmar Fonseca. Ambos reconheceram que a SES coloca a saúde mental como prioridade.
O evento também contou com a participação da secretária Executiva de Saúde da SES, Fátima Ticianel, e do assessor de Gabinete Wagner Simplício, que reforçou a prioridade que o secretário de estado de Saúde, Luiz Soares, está dando à saúde mental.
“Estamos trabalhando ininterruptamente num projeto de requalificação do Adauto Botelho que está sob a responsabilidade do engenheiro Gerson Blat e em breve será lançado”, anunciou Simplício, ação que integra o processo de reconstrução do Sistema Único de Saúde (SUS) em Mato Grosso.