Morre Gal Costa, ícone da MPB, aos 77 anos

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A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da artista. A causa da morte ainda é desconhecida

Por Ranyelle Andrade 

Considerada uma das maiores cantoras brasileiras de todos os tempos, Gal Costa morreu na manhã desta quarta-feira (9/11), aos 77 anos. A causa da morte ainda não foi confirmada. A artista deixa um filho, Gabriel, de 17 anos.

Gal se apresentaria no festival Primavera Sound, que aconteceu em São Paulo no fim de semana. A participação, contudo, foi cancelada de última hora. O diretor da turnê, Nilson Raman, afirmou que a cantora precisava se recuperar após a retirada de um nódulo na fossa nasal direita, motivo pelo qual ficaria fora dos palcos até o fim de novembro.

A cirurgia ocorreu em setembro, pouco depois da participação de Gal no Coala Festival, em São Paulo. Desde então, a artista não se apresentava publicamente.

Trajetória

Maria da Graça Costa Penna Burgos nasceu em Salvador, na Bahia. Ela começou a cantar na adolescência, em festas escolares; ainda jovem, Gal trabalhou em uma loja de discos, onde conheceu a bossa nova.

Em 1964, ela se juntou a Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Tom Zé e outros, no espetáculo Nós, Por Exemplo, que inaugurou o Teatro Vila Velha, em Salvador.

A primeira gravação se deu no disco de estreia de Maria Bethânia (1965): o duo Sol Negro (Caetano Veloso), seguido do primeiro compacto, com as canções Eu vim da Bahia, de Gilberto Gil, e Sim, foi você, de Caetano Veloso. Ambas as obras foram lançadas pela RCA, que posteriormente se transformou em BMG (atualmente Sony BMG) – gravadora à qual Gal retornaria em 1984, com o álbum Profana.

Em 1968, Gal gravou duas músicas do álbum do Tropicália ou Panis et Circencis, lançado por ela, Caetano, Gilberto Gil, Nara Leão, Os Mutantes e Tom Zé. A cantora também esteve presente no 4º Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, com a música Divino Maravilhoso, com a qual conquistou o terceiro lugar do concurso. No ano seguinte, mais dois álbuns foram lançados, Gal Costa e Gal, com músicas de Roberto Carlos e Erasmo Carlos.

Durante o período de ditadura militar no Brasil, a artista tornou-se representante do tropicalismo no país. Com o álbum Fa-Tal: Gal a Todo Vapor, gravado ao vivo, a cantora reforça a sua representatividade dentro do tropicalismo, enquanto os seus parceiros Caetano e Gil estavam exilados.

Em 1993, Gal lançou o premiado disco O sorriso do gato de Alice, produzido por Arto Lindsay, com o sucesso Nuvem Negra (Djavan). A partir desse disco, produziu o show de mesmo nome, com direção de Gerald Thomas; a apresentação causou polêmica após a cantora aparecer com os seios à mostra enquanto entoava a música Brasil.

Ao longo de seus mais de 55 anos de carreira, Gal lançou 43 álbuns, 12 DVDs e 16 participações especiais na televisão. Já foi indicada cinco vezes ao Grammy Latino e foi vencedora do Prêmio da Música Brasileira (2016), na categoria de Melhor Cantora.

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