Ministro do STJ aparece de cueca em sessão virtual da corte

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A República Federativa das Cuecas ganhou um novo episódio nesta quinta-feira, 22, para ciúmes do senador Chico Rodrigues (DEM-RR), que agora terá que dividir seu protagonismo com um ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Tudo corria bem em mais uma sessão do tribunal. Com suas togas, os ministros da 6ª Turma do STJ faziam considerações profundas do saber jurídico, em uma sessão transmitida via internet, para o pleno vigor de transparência ao público. Mas acabou transparecendo demais.

No meio da sessão, enquanto um de seus pares discorria sobre um julgamento, o ministro Néfi Cordeiro decidiu deixar a frente da tela do computador e foi até a estante de livros de sua casa, imagem tradicional da ostentação acadêmica e cultural em tempos de pandemia.

Com um celular nas mãos, escrevendo mensagens, Cordeiro esqueceu-se de prestar atenção no que dizia o colega de turma. Esqueceu-se, também, que havia deixado ligada a câmera de seu computador. Na tela, durante a discussão, o ministro brilhou de cuecas, com a sua toga até a cintura, como mostram os segundos divulgados pelo site jurídico Jota.

Desnudada, a sessão seguiu adiante. Colegas de Néfi Cordeiro se mostraram ‘consternados’ com o episódio, não pelo que viram ou deixaram de ver, mas por ser justamente Cordeiro, ministro que nutre a imagem de ser ‘muito sério’ e decoroso com a diplomacia dos tribunais.

A reportagem tentou ouvir o ministro. A assessoria do STJ informou que o gabinete de Néfi Cordeiro ‘tem ciência de que esse vídeo está circulando por redes sociais’. No entanto, declarou ‘não irá se manifestar a respeito’.

Para tranquilidade da Nação e de Cordeiro, o STJ tratou de cortar o vídeo, de forma que os 14 segundos agora apagados da sessão passem a ter direito ao seu esquecimento. Durante a pandemia, todos os ministros do tribunal adotaram o ‘home office’ para seus trabalhos, com as sessões realizadas pela plataforma Zoom. Cabe aos magistrados escolherem se participam de casa ou de algum escritório. E com qual roupa. Ou não.

 

Por André Borges

Estadão Conteúdo

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