O governador Mauro Mendes (DEM) sinalizou que o texto de uma eventual reforma da Previdência para o funcionalismo público de Mato Grosso deve passar pela fixação de um teto de R$ 5 mil nos benefícios e idade mínima de 65 anos.
Segundo Mendes, os estudos relativos à Previdência do Estado ainda estão sendo realizados e devem ser concluídos nos próximos dias.
De todo modo, ele disse não concordar com situações ocorridas em Mato Grosso, entre as quais, pessoas se aposentando com menos de 45 anos e vencimentos que passam de R$ 30 mil.
Mais de duas mil pessoas se aposentaram em Mato Grosso com menos de 45 anos de idade. Enquanto hoje, um servidor federal e um servidor da iniciativa privada tem que esperar chegar aos 65 anos de idade
“Os números são assustadores daquilo que é a realidade hoje do déficit da Previdência no Estado. Só para vocês terem ideia, mais de duas mil pessoas se aposentaram em Mato Grosso com menos de 45 anos de idade. Enquanto hoje, um servidor federal e um servidor da iniciativa privada têm que esperar chegar aos 65 anos de idade”, disse.
“Além disso, temos mais de duas mil pessoas que se aposentam com salário em torno de R$ 30 mil. Então é uma diferença muito grande”, emendou o governador.
Segundo ele, assim que concluídos os estudos, o assunto deverá ser debatido com os deputados estaduais.
O próprio presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (DEM), vem cobrado de Mendes um projeto para tratar do assunto, já que a reforma aprovada em âmbito nacional não incluiu a Previdência de estados e municípios.
O Senado articula uma Proposta de Emenda à Constituição, a chamada PEC Paralela, para fazer tal inclusão. A proposta, no entanto, divide opiniões entre os senadores e ainda terá que passar pela Câmara Federal.
“Vamos abrir esse debate nas próximas semanas com a Assembleia Legislativa para que possamos corrigir essa distorção e dar ao servidor de Mato Grosso a mesma regra do servidor federal e a mesma regra de todo trabalhador da iniciativa privada”, concluiu Mendes.
Rombo
O assunto, considerado extremamente espinhoso, é uma das grandes preocupações do Governo, já que, a cada ano, a Previdência no Estado registra um déficit de cerca de R$ 1,3 bilhão.
Segundo o governador, a cada mês, entre 200 e 300 servidores se aposentam no Estado de Mato Grosso.
As projeções, segundo ele, mostram que já a partir de 2022, Mato Grosso terá mais servidores inativos do que trabalhando.