O governador Mauro Mendes (DEM) afirmou que Mato Grosso deve ser prejudicado caso se confirme a ameaça de empresas, que avaliam suspender a importação do couro nacional em função das queimadas
A possibilidade começou a circular na semana passada após um comunicado do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
“Confirmado até agora, temos o embargo do couro, produzido por algumas empresas. Isso irá afetar significativamente Mato Grosso, porque temos o maior rebanho, então, certamente o maior produtor de couro do País”, disse.
Segundo o governador, entretanto há outras sanções internacionais que seriam ainda mais “catastróficas” para Mato Grosso.
“O embargo mais perigoso é o de mercado ligado ao compliance de algumas empresas. E tem rumores de outros embargos. Mas não dá, neste momento, para nos pronunciarmos sobre, porque com o mundo da internet tomando conta da comunicação, a gente nunca sabe o que é verdade ou mentira”, afirmou.
Confirmado até agora, temos o embargo do coro, produzido por algumas empresas. Isso irá afetar significativamente Mato Grosso
Na semana passada, o democrata editou um decreto suspendendo, até o dia 30 de novembro, a emissão para autorização de desmatamento e queimadas no Estado.
Segundo ele, a partir de agora, o Executivo vai adotar uma “política de tolerância zero” em relação ao desmatamento ilegal em Mato Grosso.
Para tanto, espera ajuda do Governo Federal, por meio das Forças Armadas e de recursos para o caixa do Estado.
“Precisamos, sim, de ajuda. Nossa realidade não é diferente de muitos Estados brasileiros. Temos dificuldade de caixa, de logística. O Estado é muito grande. Esses focos de incêndios acontecem em diversas regiões, dentro de reserva indígena, onde não podemos entrar. Então, precisamos de recursos federais e em Mato Grosso queremos, sim, ajuda de quem quiser ajudar. Toda e qualquer ajuda é bem-vinda”, disse.
Sem críticas
Mendes evitou tecer críticas aos comentários do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Nas últimas semanas, ele trocou farpas, via imprensa e redes sociais, com o presidente da França, Emmanuel Macron, e reagiu às críticas internacionais por conta do episódio das queimadas na Amazônia.
“Eu procuro tratar esse tema com cautela e responsabilidade que ele tem. As palavras têm que ser comedidas, os temas têm que ter profundidade e a responsabilidade do cargo que você ocupa. Não cabe a mim ficar julgando as posições de outras autoridades públicas do nosso País. Cabe a mim cuidar do nosso Estado e é o que tenho feito”, resumiu.
Fonte: Midia News foto: Alair Ribeiro