O projeto de lei que garante diagnóstico e tratamento contra a trombofilia para mulheres em idade gestacional foi defendido na Câmara de Cuiabá nesta quinta-feira (30.09) pela médica pediátrica e patologista clínica Natasha Slhessarenko. Ela participou do Tribuna Livre da Câmara a convite da vereadora Michelly Alencar (DEM), autora da proposta.
A médica explicou que, numa linguagem popular, a trombofilia é uma condição na qual existe uma chance maior do “sangue ficar grosso”, e que por isso a pessoa tem a tendência de formar coágulos e ter trombose. Na gestação, a situação se agrava pois já existe uma tendência maior de hipercoagulabilidade. “Por isso é tão importante saber o histórico familiar da paciente ou se já teve alguma trombose”, explicou.
A trombofilia é uma das causas de perdas gestacionais, pré-eclâmpsia, retardo de crescimento do feto, parto prematuro e outras complicações.
Pelo projeto proposto pela vereadora, será realizada uma entrevista pelo profissional de saúde com o objetivo de conhecer o histórico familiar da paciente, particularmente com relação a parentes de primeiro grau com diagnóstico de trombose ou gravidez com complicações em razão da doença e outros fatores de risco. Constatada a importância, o médico solicitará o exame e tratamento. Os estabelecimentos de saúde deverão fixar em local visível a toda população, de forma clara e precisa o direito à realização dos exames, os riscos e tratamentos necessários.
Michelly Alencar agradeceu a participação da médica e agradeceu a contribuição dela na construção da proposta. “Temos uma série de projetos e ações que tratam sobre a saúde da mulher. Neste caso, apresentei essa proposta depois de conversar com mulheres que passaram por sucessivas perdas gestacionais e só descobriram o motivo, que era a trombofilia, depois de um tempo. Estamos falando de família, sonhos e da vida de mulheres”, explicou.
Natasha ressaltou a importância de dar visibilidade a esse tema que ainda não é amplamente conhecido pela população. “Agradeço a oportunidade e parabenizo a vereadora Michelly por trazer esse assunto para a Câmara dos Vereadores. É um assunto de extrema importância e só quem tem uma doença dessa sabe a dificuldade, mulheres passam por perdas fetais, têm dificuldade para engravidar ou manter o feto vivo. Então é importante realmente que se tenha um ambulatório para fazer o acompanhamento dessas gestantes ou das que querem engravidar e tem história de trombofilia na família”, afirmou.
Ana Rosa Fagundes/Gabinete Vereadora Michelly Alencar