O governador Mauro Mendes(DEM) mostrou profunda irritação ao ser questionado, em coletiva de imprensa, nesta quinta-feira (24), quanto às críticas recentes realizadas pelo deputado federal por Mato Grosso, o petebista Emanuelzinho, de que o gestor estadual estaria omitindo informações importantes nos estudos que vêm sendo realizados pelo Grupo de Trabalho sobre o Sistema de Mobilidade Urbana da Região Metropolitana de Cuiabá, sobre viabilidade, custos e retomada do Veiculo Leve Sobre Trilhos em Cuiabá e Várzea Grande. E ainda que “tudo acerca do modal estaria sendo feito às escondidas e com pouca transparência”.
Incomodado, o governador democrata, ao revelar que gosta de debate às claras, indagou rispidamente: “Ele é o meu porta voz? Quais são essas algumas coisas que estão sendo escondidas? O que? Gosto de fazer um debate claro”. A declaração de Mendes, em resposta ao parlamentar, foi feita no anúncio sobre o parcelamento no cartão de crédito dos débitos relativos a veículos automotores, na sede do Detran, em Cuiabá.
Depois de se mostrar bastante irritado quanto aos questionamentos sobre o VLT e, em particular, sobre às críticas recentes feitas contra ele, sobre este tema, pelo filho do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), com quem vem trocando farpas desde que assumiu o Governo do Estado, o democrata Mauro Mendes apontou a necessidade de que haja, primeiro, um estudo técnico sério. Sobretudo, sobre viabilidade e custos no que tange a retomada das obras do modal em Cuiabá e Várzeea Grande.
Lembrando que foram realizadas reuniões demais nestes últimos cinco anos e nada teria sido resolvido. “Já teve conversa fiada demais e nada se resolveu nestes cinco anos. Vejo muitos anúncios, reuniões, muito blá, blá, blá. Meu estilo é diferente, gosto de resultado. Tudo na hora certa. E as prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande já foram chamadas. O deputados são importantes, a bancada é importante, mas eles são legisladores. Primeiro é necessário um estudo técnico. Não vamos fazer polticagem. Estamos fazendo um trabalho com técnicos do Governo do Estado e da Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana. Também foi feito o chamamento dos técnicos das duas prefeituras […] A expectativa é que o estudo termine agora em novembro, agora é ver se eles vão conseguir. Pois o meu trabalho é técnico. É de trabalhar mais e conversar menos”.
Mendes também evitou discutir se o Estado estaria realizando estudos paralelos em favor do BRT [Bus Rapid Transit ou Transporte Rápido por Ônibus], em uma possibilidade de que no futuro as discussões se afunilem em favor de uma mudança dos modais.
Assim, de acordo com o chefe do Executivo estadual, como ele, enquanto gestor, poderia se posicionar quanto ao BRT se criou uma comissão técnica, para a realização do estudo sobre a viabilidade estrutural e econômica do VLT.
A resposta dada – já depois da coletiva de imprensa -, ainda não escondia a irrritação quanto aos questionamentos, igualmente, feitos pelo deputado federal Emanuelzinho, que ao falar na tribuna da Câmara Federal, chegou a afirmar que o gestor democrata teria conversado com o secretário Nacional de Mobilidade e Serviços Urbanos do Ministério do Desenvolvimento Regional, José Lindoso de Albuquerque Filho, sobre uma possível troca de modais.
“Como eu iria agora ficar especulando uma eventual mudança. Precisamos ter paciência e esperar chegar esse estudo técnico. Assim, não vou ficar agora fazendo especulação, apostando em uma coisa quando está sendo analisada outra. Como, aliás, tradicionalmente vem sendo feito. E olhe o resultado? Está aí, cinco anos de obra parada”.
Entenda o caso
Na semana passada, na sessão da última quinta-feira (17), o deputado federal Emanuelzinho (PTB) – filho do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) -, não mediu críticas ao governador Mauro Mendes (DEM), na tribuna da Câmara, por conta dos estudos que vem sendo realizados sobre o Veículo Leve Sobre Trilhos.
De acordo com Emanuelzinho, tudo acerca do modal estaria sendo “feito às escondidas e com pouca transparência”. Apontando que a comissão de estudo realizada pelo Estado em parceria com a Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana não tinha a participação do legislativo federal. Ao apontar que a inclusão poderia ajudar nas articulações políticas sobre o modal. Propondo a criação de uma Comissão Externa para acompanhar o Grupo de Trabalho sobre o Sistema de Mobilidade Urbana da Região Metropolitana de Cuiabá.
Instalada em julho, a comissão criticada pelo deputado é composta por representantes do primeiro escalão do governo de Mendes, como o secretário de Fazenda, Rogério Gallo e o secretário de Infraestrutura, Marcelo Oliveira.
O parlamentar federal sugeriu à Casa, a criação de uma comissão na Câmara dos Deputados para fiscalizar o VLT e dar transparência para as informações de gastos realizados e perspectivas de investimento para a conclusão das obras.
E prometeu buscar apoio das câmaras de vereadores de Cuiabá e Várzea Grande, além de deputados estaduais para assegurar que haja uma maior divulgação sobre o estudo e a retomada das obras do VLT.
Fonte: O Bom da Notícia | Foto: Rafael Medeiros
