Greve Nacional da Educação em Mato Grosso é marcada por atos e aulas públicas em defesa da educação e da liberdade de expressão

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A Greve Nacional da Educação com duração de 48 horas em todo o país, realizada nos últimos dias 02 e 03 de outubro, mostrou a força e a determinação de professores e professoras na mobilização em defesa da educação pública, da democracia e da liberdade de expressão. Com o objetivo de dialogar com a sociedade sobre os efeitos dos cortes orçamentários na educação básica e superior, os docentes da Universidade do Estado de Mato Grosso não mediram esforços na promoção de aulas públicas, atos e atividades que dialogassem com alunos e com a sociedade sobre os efeitos do desgoverno nas políticas educacionais.

A Greve convocada pela União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e pela a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), foi votada e aprovada pelos docentes da Unemat durante Assembleia Geral no dia 04 de setembro. Na ocasião, a Associação dos Docentes da Unemat (ADUNEMAT) reforçou a necessidade em aderir à agenda nacional na defesa da educação, buscando dialogar com a comunidade também sobre a importância da democracia e da soberania nacional na atual conjuntura de retirada de direitos.

Além da grande necessidade em lutar pela educação pública, que sofre com o notório projeto de desmonte, por meio de cortes, contingenciamentos, sucateamento e ataques frequentes aos professores e pesquisadores,  as 48 horas de paralisação buscou defender bandeiras que atravessam a liberdade, a autonomia e a democracia do povo brasileiro.

Em Mato Grosso, docentes e alunos aderiram à paralisação e protagonizaram em vários Câmpus da Universidade do Estado de Mato Grosso, atos e aulas públicas em defesa da educação, discutindo os efeitos dos cortes orçamentários, o Future-se e a própria liberdade de expressão, cerceada cada dia mais pelo governo, sobretudo, por meio de censura nos livros didáticos, nas arte plásticas e pesquisas acadêmicas. Durante as 48 horas de greve foi perceptível a clareza com que os professores e alunos trataram as questões relacionadas à soberania nacional.

Em Sinop, as atividades da Greve Nacional da Educação foram iniciadas com um expressivo ato em defesa da educação pública e da liberdade de expressão. O ato, que foi convocado pela Adunemat subseção de Sinop em parceria com o Coletivo Sinop para Elas, evidenciou a necessidade em lutar contra os cortes na educação pública, sobretudo os cortes sofridos pela Universidade do Estado de Mato Grosso de até 70% de seu orçamento, além de defender a liberdade de expressão, claramente cerceada na cidade conhecida nacionalmente como a “capital do agronegócio”. Recentemente o grafite do artista Rai Campus com a imagem da ativista Greta thunberg foi ameaçado pelos vereadores contrários a causa do meio ambiente de ser apagado, além de ser pichada por inúmeras vezes por moradores contrários à luta.

Para a representante da Adunemat subseção de Sinop, profa. Dra. Thiélide Pavaneli, “é preciso superar a ideia de pensamento hegemônico da sociedade sinopense. Talvez a imagem de ativistas do meio ambiente não represente os donos do grande capital do agronegócio, mas representa a maioria da população composta por trabalhadoras e trabalhadores,  estudantes, crianças e idosos”. Para ela, a Greve teve uma importante missão na atual conjuntura da cidade, promover o pensamento crítico e impedir que a sociedade sofra cada dia mais com o pensamento hegemônico.

Além do ato no viaduto São Cristóvão, aulas públicas foram promovidas durantes as 48 horas de paralisação na Unemat Campus Sinop. No Câmpus Aquarela e Imperial, os alunos tiveram a oportunidade de debater sobre questões relacionadas ao Future-se, o orçamento da Unemat,  corte de bolsas, estado mínimo, neoliberalismo, violência contra a mulher, contra criança e economia solidária.

Em Tangará da Serra não foi diferente. Professores e professoras se mobilizaram e levaram para as salas de aula e auditórios da Unemat vídeos, notas públicas e muito diálogo sobre a crise na educação pública e o contingenciamento dos recursos para educação. Os debates contaram com falas direcionadas sobre o novo projeto do Ministério da Educação que ataca fortemente a autonomia das universidades, o Future-se. As atividades aconteceram durante o período de aula na instituição, contemplando um grande número de alunos e alunas que se abriram ao debate reforçando ainda mais a necessidade de levar informação como instrumento de conscientização.

Em Cáceres, alunos e professores preparam atividades na Unemat no Campus Jane Vanini. Foram dois dias com debates, oficina de cartazes, encerrando a programação da Greve Nacional da Educação com um expressivo sarau, que reuniu além de alunos e professores, artistas e ativistas durante uma noite relevante para a cidade. Além de debates relacionados à educação pública e sobre o Future-se, a primeira noite trouxe um importante debate sobre a PEC 012/2019, que versa sobre a expansão sem planejamento da Unemat, proposta em março pelo deputado Sílvio Fávero. Todas as atividades promovidas durante a Greve Nacional da Educação tiveram realização conjunta entre a Adunemat subseção de Cáceres, por meio das professoras Lucine Neves e Giulianne zilocchi e do Diretório Central dos Estudantes (DCE).

Professores da Unemat do Campus de Juara não mediram esforços para reunir os acadêmicos no pátio da instituição. Foi uma noite expressiva para os alunos, que puderam debater de forma aberta e dinâmicas os efeitos dos corte orçamentários na educação junto aos representantes do Sindicato dos Técnicos da Unemat (Sintesmat) e professores e professoras do curso de Pedagogia e Administração.

Além das atividades propostas pelas alunos e professoras, o Fórum de Educação Superior realizado pela Adunemat nos Câmpus de Nova Mutum, Nova Xavantina e Diamantino, também integrou a programação da Greve Nacional da Educação na quinta-feira (03). O Fórum é uma conquista da Adunemat para dialogar com os docentes sobre a Natureza do Trabalho Docente. Além dos três Câmpus que realizaram o Fórum nesta quinta-feira, todos os outros Câmpus da Universidade do Estado também efetivaram a atividade, que encerra hoje (04) nos Câmpus de Pontes e Lacerda e Alta Floresta.

Durante as 48h de Greve, a Adunemat e seus docentes buscaram dialogar sobre os efeitos dos cortes orçamentários na educação básica e superior, evidenciando os efeitos do desgoverno nas políticas educacionais, além de alertar sobre a importância da democracia e soberania nacional na atual conjuntura. As datas da Greve Nacional da Educação de 48h foram definidas em reunião do Setor das IFES do ANDES-SN, no dia 12 de outubro, em Brasília (DF).

 

 

Da Redação, com informação da Assessoria

Foto: Reprodução

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