Governo teria de pagar R$ 23,2 milhões por ano para que VLT funcionasse; BRT será elétrico

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Caso mantivesse a intenção de continuar com as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), o Governo do Estado precisaria bancar R$ 23,3 milhões por ano como forma de subsídio para que o modal fosse viável. Este foi um dos principais fatores que fez o governador Mauro Mendes (DEM) anunciar, na segunda-feira (21), a troca pelo Bus Rapid Transit (BRT), que também será elétrico. A mudança ainda depende de aval do Ministério do Desenvolvimento Regional, com o qual o chefe do Executivo teve uma reunião na semana passada.

O governador Mauro Mendes pediu ao Ministério do Desenvolvimento Regional a autorização para substituir a execução das obras do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) pela implantação do Ônibus de Trânsito Rápido (BRT) movidos a eletricidade em Cuiabá e Várzea Grande.

O ofício foi enviado na última sexta-feira (18) ao ministro Rogério Marinho, que comanda a pasta. Também devem analisar a solicitação a Caixa Econômica Federal e o Conselho Curador do FGTS, uma vez que há recursos desses órgãos vinculados ao VLT.

O Grupo de Trabalho (GT) montado na Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana apontou diversos riscos na hipótese de implantação do VLT. Um deles é o valor da tarifa, que ficou orçada em R$ 5,28, montante muito superior ao do transporte coletivo praticado na Baixada Cuiabana, que é de R$ 4,10.

Já na hipótese de instalação do BRT, a tarifa ficaria na faixa de R$ 3,04, “impactando decisivamente no custo operacional do transporte coletivo de Cuiabá e Várzea Grande”, disse Mauro Mendes.

Outro revés do VLT estaria no subsídio que o Governo de Mato Grosso teria que pagar para que o modal funcionasse: R$ 23,2 milhões por ano. “Ao longo dos anos, esse déficit traria dificuldades para viabilizar a própria expansão da infraestrutura ferroviária, o que poderia restringir o seu traçado ao projeto original, não acompanhando o desenvolvimento urbano e a comodidade dos usuários com a redução do número de integrações”, explicou o governador.

De acordo com a consultoria, o custo mensal, estimado, do VLT seria de R$ 5.361.966,92, enquanto o custo mensal do BRT deve ser de de R$ 4.884.401,15.

Já com o BRT, conforme os estudos, haveria a tarifa justa sem inviabilizar “investimentos futuros na expansão do sistema com o aumento dos corredores exclusivos e a aquisição de mais veículos”.

O risco de demora para a conclusão do VLT também foi analisado nos relatórios. Foi apontado potencial “conflito regulatório” entre os municípios de Cuiabá, Várzea Grande e o Governo do Estado. Isso porque o município de Cuiabá licitou, em 2019, o sistema de transporte coletivo urbano, concessão que tem prazo de 20 anos. Na hipótese de implantação do VLT, o município teria que indenizar as concessionárias pelos investimentos realizados, dentre outros entraves.

De acordo com os estudos, levando em conta o prazo de estruturar a licitação e o fato de haver apenas três quilômetros de trilhos implantados, a conclusão do VLT levaria até seis anos.

“Para quem já está com uma obra paralisada há seis anos, a superação de todos esses entraves para implantar o VLT significaria impor intolerável custo de oportunidade para a sociedade”, explanou o governador.

Com o BRT, a estimativa é que a implantação ocorra em até 22 meses, a partir da assinatura da ordem de serviço para início das obras.

O custo de implantação também é consideravelmente menor. Enquanto o VLT consumiria mais R$ 763 milhões, além do R$ 1,08 bilhão já pago, o BRT está orçado em R$ 430 milhões, já com a aquisição de 54 ônibus elétricos. O Governo de Mato Grosso também vai ajuizar uma ação contra o Consórcio para que as empresas que o integram paguem R$ 676 milhões pelos danos causados.

BRT Cuiabano

O governador Mauro Mendes (DEM) anunciou na tarde desta segunda-feira (21) o fim do sonho da implantação do Veículo Leve sob Trilhos (VLT) em Cuiabá e já deu detalhes do novo modal que pretende instalar no lugar: o Bus Rapid Transit (BRT).

Durante a entrevista coletiva, o governador comparou o VLT e o BRT, deixando claro as diferenças entre os dois. A primeira delas seria a tarifa, com a do primeiro custando R$ 5,28 e a do segundo R$ 3,04.

Além disto, o custo total para concluir a obra do VLT seria de R$ 763 milhões de reais, com o edital de licitação dos trabalhos sendo aguardada apenas para junho de 2022. Com a decisão tomada de mudar para o BRT, o Executivo desembolsará R$ 430 milhões, isso já incluindo a aquisição de 54 ônibus elétricos.

O tempo para a implantação do BRT está estimado pelo governo em 24 meses, a partir da assinatura da ordem de serviço. Já o VLT demoraria 48 meses, incluindo-se a preparação da Parceria Público-Privada (PPP).

Mauro Mendes também levou em conta o menor risco para a implantação do BRT, em detrimento do VLT e apontou que o conflito regulatório entre os municípios, o Estado e entre os operadores é baixo.

Outro fator levado em conta é o de que uma possível ampliação do BRT seria muito mais fácil de se fazer do que a do VLT. Ao todo, são 54 veículos do primeiro modal (incluindo quatro reservas) contra 29 do segundo (com três reservas).

A capacidade do transporte de passageiros também foi destacada na apresentação, com o BRT podendo levar até 155.181 pessoas a uma velocidade de 25,02 km/h, contra 118.185 do VLT, que tem velocidade de 21,30 km/h.

Mauro Mendes ainda levou em conta o número de integrações para o passageiro; impacto no trânsito; compartilhamento da infraestrutura pelos demais ônibus e também por veículos de segurança e saúde; impacto visual; possibilidade da criação de um parque linear e de uma ciclovia na avenida do CPA.

 

 

 

Fonte: Olhar Direto

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