Gallo diz que VLT é “novela mexicana” e que Governo não decidiu

0
135

O secretário de Estado de Fazenda, Rogério Gallo, afirmou nesta quarta-feira (26) que o Governo continua sem solução para a questão do Veículo Leve sobre Trilho (VLT), em Cuiabá e Várzea Grande.

 

As obras do modal – que já consumiram mais de R$ 1 bilhão dos cofres públicos  – estão paralisadas desde dezembro de 2014.

 

O secretário classificou a situação do VLT como uma “novela mexicana”, citando que os mato-grossenses não suportam mais assistir a esses capítulos “tristes”.

 

“O governador está debruçado com a equipe técnica para resolver isso. Ele deve apresentar muito em breve um encaminhamento. Ninguém suporta mais essa novela. E não é uma boa novela, como as da Globo. É uma novela mexicana que vem com diversos capítulos, e capítulos tristes”, disse, em entrevista ao jornal Bom Dia Mato Grosso, da TV Centro América.

O governador está debruçado com a equipe técnica para resolver isso. Ele deve apresentar, muito em breve, um encaminhamento. Ninguém suporta mais essa novela. E não é uma boa novela, como as da Globo. É uma novela mexicana que vem com diversos capítulos, e capítulos tristes

O secretário afirmou que a novela do VLT teve início lá em 2011 com o descarte do projeto do Bus Rapid Transit (BRT).

 

“É bom rememorar o passado: começou lá atrás com uma troca de modal. Era BRT, mas mudou para o VLT sem muito estudo. Houve uma licitação e essa licitação foi ganha por um consórcio. Esse consórcio começou a trabalhar e lá em dezembro de 2014 houve a paralisação das obras, quando mudou do Governo Silval Barbosa para o Governo Pedro Taques. O abacaxi vem desde então”, disse.

 

“Em 2017 veio à tona a delação do governador Silval Barbosa. Não é que eu estou especulando, o que estou falando está descrito pelo próprio ex-governador. Ele disse que recebeu vantagem indevida do Consórcio VLT, paga por meio de empresas. Isso daí tem o Ministério Público junto, o Ministério Público Federal, é a Justiça Federal que julga isso, porque tem dinheiro do Fundo de Garantia, dinheiro de todo mundo que trabalha no setor privado”, acrescentou.

 

Gallo lembrou que, em dezembro de 2017, após a deflagração da Operação Descarilho, da Polícia Federal, houve o rompimento do contrato com as empresas CR Almeida, Santa Bárbara, CAF Brasil Indústria e Comércio, Magna Engenharia e Astep Engenharia, que formam o Consórcio VLT,

 

“Houve uma operação em agosto de 2017 que entraram na casa dos dois principais presidentes do consórcio VLT, da CR Almeida e CAF. O Ministério Público e qualquer um que está me ouvindo agora não concordaria em continuar um contrato com uma empresa que pagou propina”, afirmou.

 

“Só para vocês terem uma ideia, o que foi levantado é pagamento de dinheiro, repasses do Consórcio VLT para uma empresa que supostamente teria prestado quase R$ 15 milhões de serviços para o consórcio, mas na verdade, não prestou serviço nenhum. Essa empresa tinha quatro funcionários apenas”, disse.

 

Futuro do Modal

 

Segundo o secretário, o Governo do Estado está fazendo um estudo para dar uma solução para o modal considerando, inclusive, o preço da passagem depois que ele estiver pronto.

 

As possibilidades são de uma nova licitação, a retomada do contrato e até mesmo de uma PPP (Parceria Público Privada).

 

“Há um problema grande em relação a esse assunto [VLT], não é um assunto fácil. Nós também temos que considerar, e o governador está considerando muito isso, de qual vai ser o custo da passagem, se o Estado vai ter que subsidiar. O transporte coletivo de São Paulo, por exemplo, conta com R$ 1 bilhão de subsidio do povo paulistano para subsidiar”, disse.

 

“Como não houve planejamento na troca dos dois modais, do BRT para o VLT, nós não sabemos. Nós temos estudos que estabelecem um valor de passagem muito maior. Quem teria que colocar esse dinheiro? Seria o povo de Mato Grosso, através do subsídios pago com impostos. E qual é esse valor?”, questionou.

 

“Todas essas perguntas nós temos que endereçar respostas, porque no futuro não adianta. Já pensou se for R$ 50, 60, 70 milhões por ano? Nós estamos falando aí de um contrato que seria de 30 anos para uma concessão. Você vai ter que pagar para a concessionária mais de R$ 1 bilhão? Não dá”, pontuou.

 

 

Fonte: Midia News

Foto: Alair Ribeiro

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui