O juiz Ciro José de Andrade Arapiraca, da 1ª Vara Federal de Mato Grosso, conduz na tarde desta terça-feira (6) audiência de instrução e julgamento referente à ação civil pública em que o Ministério Público Federal (MPF) pede reparação dos danos causados aos cofres públicos por conta das obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Na ocasião, serão ouvidos o ex-governador Silval Barbosa e o ex-secretário extraordinário das Obras da Copa Maurício Guimarães, ambos na condição de réu.
O diferencial no caso de Silval é que ele também é delator premiado desde o ano passado. Suas declarações a respeito de esquemas de propinas levaram a Polícia Federal a deflagrar, em agosto do ano passado, a operação Descarrilho contra políticos e empresários de 5 estados.
Também são réus na ação as empresas responsáveis pelas obras do modal: Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande, que é composta pela CR Almeida S.A Engenharia de Obras, CAF Brasil Indústria e Comércio S.A, Santa Bárbara Construções S.A, Magna Engenharia Ltda e Astep Engenharia Ltda.
Ainda há outros depoimentos marcados para ocorrerem ao longo do mês, tanto presenciais quanto por carta precatória, no caso de quem mora fora da comarca. Para quarta-feira (7), o juiz determinou a oitiva de Cid José Andreucci, representante legal do Consórcio VLT. Ele será ouvido na seção judiciária do Paraná, em Curitiba, e suas declarações complementarão o depoimento de um representante da CR Almeida, também de Curitiba.
Também está agendada audiência no dia 23 deste mês, às 13 horas, para interrogatório do representante da empresa Santa Bárbara Construções S.A, Djaniro Silva e do ex-coordenador do Grupo de Trabalho de Mobilidde Urbana da Secopa Rafael Detoni. Ao mesmo tempo, direto da seção judiciária do Rio de Janeiro, será ouvido por videoconferência o engenheiro civil Jonathan de Almeida Nery, arrolado pelo MPF.
Desistências
Até o mês passado, estavam previstas as oitivas do deputado estadual Guilherme Maluf, do conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Sérgio Ricardo de Almeida, dos ex-ministros dos Esportes Aldo Rebelo (PSB) e Orlando Silva (PC do B) e da presidente da Associação dos Usuários de Transporte Coletivo do Estado de Mato Grosso (Assut). Marleide de Oliveira Carvalho.
Todos eles haviam sido arrolados pela defesa do ex-governador Silval Barbosa, que acabou desistindo de seus depoimentos, o que foi acatado pelo juiz. No caso dos ex-ministros do governo Dilma Rousseff, eles seriam ouvidos por videoconferência, direto do Rio de Janeiro, no dia 23 de março.
*Reportagem de Celly Silva, Gazeta Digital