Foragida, Mônica Marchett tem prisão decretada acusada de mandar matar irmãos

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O juiz Wagner Plaza Machado Junior, da 1ª Vara Criminal de Rondonópolis (a 217 km de Cuiabá), decretou a prisão preventiva da empresária Mônica Marchett, acusada de mandar matar os irmãos Araújo há cerca de 20 anos, que está foragida. O magistrado afirmou que os foragidos devem responder à lei com seus rigores e já agendou para o dia 2 de dezembro uma sessão para produção de provas antecipada, mesmo sem a  confirmação da presença da empresária.
Ela foi denunciada por ser a mandante dos irmãos Brandão de Araújo Filho e José Carlos Machado Araújo e como não foi localizada sua citação se deu por meio de edital. O juiz citou que decorreu o prazo e a ré não se manifestou ou constituiu advogado, sendo que então o Ministério Público se manifestou pela prisão preventiva da empresária “para garantir a aplicação da lei penal e da conveniência da instrução”.
 
O magistrado entendeu que, como Mônica não compareceu para apresentar resposta à acusação, e em fuga tem retardado e tornado incerta sua criminalização, revela sua intenção de frustrar a instrução criminal e fugir à aplicação da lei penal. Neste sentido ele entende que somente a prisão permitirá a continuidade do feito.
 
“Nos ditos de Eliane Cantanhêde, famosa repórter de política, em menção e crítica à soltura da ‘esposa do Queiroz’, ‘no Brasil ser foragido compensa’. Concordo totalmente com a indignação da profissional e compactuo com pensamento contrário, os foragidos devem responder à lei com seus rigores, não com benesses. É incompreensível que aqueles que, sabidamente sabem das ações penais, fujam, frustrem à lei, façam pouco caso do Poder Judiciário, mas vivam tranquilamente”, disse o juiz.
 
Com base nisso o magistrado decretou a prisão preventiva da empresária foragida e ainda entendeu ser possível a antecipação de provas, “visto que deve ser levado em consideração a necessidade e urgência das provas, além do mais o fato de que algumas testemunhas são policiais, ou seja, pessoas que tratam com este tipo de fato todos os dias, sendo que o lapso temporal pode causar prejuízos irreparáveis à busca da verdade real dentro do processo penal”.
 
A sessão para produção de provas antecipadas foi marcada para o dia 2 de dezembro, às 14h, com a presença de defensor público para representar Mônica.
 
Denunciada
 
Os irmãos Brandão e José (conhecido como Zezeca) foram assassinados à luz do dia em pleno centro de Rondonópolis, em 10 de agosto de 1999 e 28 de dezembro de 2000, respectivamente.
 
Conforme investigações da polícia, o crime ocorreu na prática de “pistolagem”, como confessado pelos executores dos irmãos Araújo, que deu detalhes sobre o planejamento, execução, bem como nomeou os seus  intermediários e mandantes.
 
O executor, já condenado, ex-cabo da PM, Hércules Agostinho, não só assumiu o assassinato dos irmãos, como participou da reconstituição dos crimes, apontando todos os envolvidos, como também apontou os proprietários da empresa Sementes Mônica como mandantes dos crimes.
 
Como pagamento das mortes, Hercules contou que ele e o soldado Célio Alves de Souza receberam um veículo Gol como pagamento pela execução dos dois irmãos Araújo, veículo este pertencia à empresa Mônica Armazéns Gerais Ltda, de propriedade da acusada Mônica Marchett, filha de Sérgio Marchett. Durante reconstituição dos crimes, Hércules apontou a Sementes Mônica, empresa da família Marchett, como o local em que ele e o ex-soldado Célio Alves buscaram documento do veiculo.
 
Em 14 de junho de 2018, durante a sessão de julgamento do Tribunal do Júri de Rondonópolis, o pistoleiro Célio Alves de Souza também confessou sua participação nos crimes, nomeando o empresário Sérgio e sua filha Mônica Marchett como mandantes. Na ocasião, detalharam ainda a participação de todos os envolvidos na trama assassina, desde o preparo até a execução.
 
Durante julgamento em plenário, Célio Alves contou que foi realizada uma espécie de “confraria” para arquitetar as mortes dos Irmãos Araújo, que na reunião teve a participação de Mônica Marchett, seu pai Sérgio, um irmão (não se recordava o nome), Ildo Roque Guareschi e o Sargento José Jesus de Freitas.
 
Até hoje, somente os pistoleiros foram julgados e condenados pelas mortes. Já os mandantes ainda aguardam os desfechos dos seus processos que se arrastam há mais de 15 anos na Justiça.
Fonte: Olhar Direto

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