ELEIÇÃO EM XEQUE
Mal terminou o primeiro turno das eleições, o presidente Jair Bolsonaro aproveitou o atraso na apuração dos votos para questionar o sistema eleitoral brasileiro. Ele disse que o país precisa ter “um sistema de apuração que não deixe dúvidas”. “Tem que ser confiável e rápido”, afirmou. “Se não tivermos uma forma confiável de apuração nas eleições, a dúvida sempre vai permanecer”, disse, ao defender a volta do voto impresso.
SEM PREJUÍZO
Apesar do atraso no início da apuração das eleições, o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, garantiu que não houve prejuízo ou lisura ao processo. Barroso ainda ressaltou que é possível verificar todos os votos nas zonas, nos TREs e com as legendas, que recebem os resultados de cada urna. Ainda no domingo, o TSE passou por um ataque de hackers promovido por um grupo coordenado nos Estados Unidos, Nova Zelândia e Brasil.
VITÓRIA DO CENTRÃO
Para o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), os partidos de centro foram os “grandes vencedores” do primeiro turno das eleições municipais deste ano. Na visão de Mourão, os eleitores optaram por candidatos “mais tradicionais e mais conhecidos”. “O que foi dado a conhecer até o presente momento, não fiz nenhuma análise aprofundada, é que os partidos de centro tradicionais foram os grandes vencedores”, disse em conversa com jornalistas na chegada à sede da vice-presidência nesta manhã.
QUASE FOI
Quem não saiu muito vitorioso desse pleito foi o presidente Jair Bolsonaro. Ele fez campanha para 59 candidatos, mas só nove se elegeram. Dos 45 candidatos a vereador que apareceram no “horário eleitoral gratuito” de Bolsonaro, apenas sete conquistaram uma vaga no Legislativo de suas cidades. Entre os 13 candidatos a prefeito que tiveram votos pedidos por Bolsonaro, dois passaram ao segundo turno — Marcelo Crivella (Republicanos), no Rio de Janeiro; e Capitão Wagner (Pros), em Fortaleza.
LÍNGUA AFIADA
Congressistas repercutem hoje sobre vencedores e derrotados nas eleições municipais deste ano. Para o senador por São Paulo, Major Olímpio (PSL), o presidente da república Jair Bolsonaro não conseguiu transferir seu eleitorado para o candidato que apoiava na capital paulista, maior colégio eleitoral do país. “O Bolsonaro virou o Mick Jagger da política brasileira. Se ele for lá para torcer, o time se arrebenta. Se ele for visitar, o doente morre. Isso é mais do que claro, mostrou que o presidente ainda tem uma força política eleitoral, mas que não transmite a ninguém.”
MÃO NA CABEÇA
O líder do governo na Câmara, deputado federal, Ricardo Barros (PP) não vê uma derrota do presidente da república, mas sim uma volta do voto em políticos tradicionais. “A eleição municipal, ela tem uma situação, é um instalação de poder, mas se você olhar, tivemos em São Paulo o PSDB governando o tempo todo, então a eleição é um momento. Na eleição passada era um momento de mudança, as pessoas queriam votar em quem nunca esteve na política, nesse momento você já percebe que voltaram muitos políticos tradicionais sendo bem votados nas urnas.”
A VEZ DELAS
Nestas eleições cresceu o percentual de mulheres eleitas nas prefeituras do país. Ao fim do primeiro turno, 12,2% dos eleitos foram mulheres. Ainda há cinco candidatas disputando o segundo turno. O percentual supera os 11,6% de ocupações femininas das eleições de 2016. O aumento, ainda que pequeno diante da representação de homens na política, também é superior a 2012, quando o número de eleitas correspondeu a 11,8% do total, com 659 prefeitas.